Brasília – A leitura do relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, marcada para ontem, foi adiada para hoje. O texto, que deverá ter mais de três mil páginas, está passando pelos ajustes finais. O relator-adjunto, deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), acredita que o relatório mostrará tudo o que foi comprovado nas investigações ao longo dos dez meses de trabalho da comissão. Após a leitura, o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), acredita que os parlamentares farão um pedido de vista coletivo para analisar o documento. Com isso, eles terão o prazo de cinco sessões do plenário para ler o texto completo.

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A CPMI foi criada no dia 25 de maio para investigar as causas e conseqüências de denúncias de "atos delituosos" praticados por agentes públicos nos Correios. A origem foi a divulgação de um vídeo no qual o ex-funcionário da estatal Maurício Marinho aparece recebendo R$ 3 mil de propina de supostos empresários, com o objetivo de favorecer-lhes. No vídeo, Marinho detalha um esquema de corrupção que seria comandado pelo PTB e seu presidente na ocasião, Roberto Jefferson, então deputado pelo Rio de Janeiro.

Os trabalhos, porém, foram além dos Correios. O deputado Roberto Jefferson, envolvido nas denúncias, se defendeu atacando o governo e, em 6 de junho, falou sobre a existência de um esquema de pagamento de mesadas a parlamentares da base aliada em troca de apoio ao governo, o chamado "mensalão". E mencionou o nome de um empresário, Marcos Valério de Souza, que seria o responsável por operar o esquema junto com o ex-secretário de finanças do PT, Delúbio Soares.

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