Os fazendeiros Regivaldo Galvão, o Taradão, e Vitalmiro Moura, o Bida, acusados de mandar matar a missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, foram denunciados nesta terça-feira (24) à Justiça Federal pelos crimes de redução à condição análoga a de escravo, frustração de direito trabalhista, aliciamento de trabalhadores e falsificação e omissão de informação em documento público. Na denúncia, o Ministério Público Federal do Pará também arrolou como envolvidos Vander Paixão Bastos de Moura, irmão de Bida, e Valdivino Felipe de Andrade Filho.

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Em 2004, antes da morte da missionária, fiscais do Grupo Móvel do Ministério do Trabalho e policiais federais libertaram 28 trabalhadores na fazenda Rio Verde, a 60 km de Anapu, no sudoeste do Pará. Os homens estavam no meio da mata fechada e tinham como único abrigo um barraco de palha e plástico preto, com chão de terra batida. Não havia sanitários, fossas, fornecimento de água potável, ou materiais de primeiros socorros no acampamento. Os trabalhadores também não recebiam equipamentos de proteção individual.

Como o serviço hospitalar mais próximo da área fica a 60km, alguns dos que foram libertados estavam feridos e não tinham recebido nenhum atendimento médico. Depois de libertados, todos receberam o que tinham direito. A pena para os crimes atribuídos aos quatro acusados pode chegar a 24 anos de prisão. Galvão e Bida negam ter submetido seus trabalhadores à escravidão e garantem que provarão a inocência no decorrer do processo. Eles ainda não foram notificados da denúncia do Ministério Público.

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