Integrantes da área de segurança e da administração de uma usina de açúcar e álcool do grupo empresarial João Santos estarão no banco dos réus, quando começa o julgamento de 15 acusados de matar o agricultor Luiz Carlos da Silva, na época com 22 anos, num conflito ocorrido há quase dez anos na Usina Santa Tereza, em Goiana, na zona da mata norte de Pernambuco.
Cinco dos réus são policiais militares. O chefe de segurança, o administrador e vigilantes da usina também estão entre os acusados. O julgamento pode durar três dias. Em 1998, uma greve de canavieiros se espalhava pela zona da mata. Os trabalhadores da usina Santa Tereza não aderiram ao movimento e integrantes do sindicato de trabalhadores rurais de Goiana foram a pé, até a usina, para convencer os trabalhadores a aderirem à paralisação.
Nas proximidades da propriedade, foram recebidos a bala por policiais militares e vigilantes armados. No tiroteio Luiz Carlos da Silva foi morto e outros 13 ficaram feridos. Diante da complexidade e repercussão do crime, o julgamento foi transferido de Goiana para Recife.