Acusados de estuprar turista ficam calados perante juiz

A Justiça do Rio realizou nesta segunda-feira, 20, a audiência de instrução e julgamento do processo em que três jovens são acusados de estuprar uma turista dos Estados Unidos e de agredir o namorado dela, um francês, dentro de uma van, na madrugada de 30 de março. Seguindo a orientação da defesa, Jonathan Froudakis de Souza, de 19 anos; Walace Aparecido Souza Silva, de 21, e Carlos Armando Costa dos Santos, também de 21, ficaram calados ao serem interrogados pelo juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32.ª Vara Criminal da capital fluminense.

 

Na mesma audiência, foram ouvidos, anteriormente, os depoimentos de seis testemunhas de acusação e duas de defesa. Os réus, que estão presos preventivamente, respondem pelos crimes estupro, roubo qualificado, extorsão, corrupção de menores e formação de quadrilha. A previsão é que a sentença saia em dois meses.

Durante a audiência, duas adolescentes, arroladas pelo Ministério Público (MP), afirmaram ter embarcado na van em Copacabana, na zona sul da capital, e que o turista francês e a namorada já estavam lá dentro. Um dos acusados anunciou o assalto na altura de Botafogo e determinou que todos os passageiros entregassem os pertences. Em seguida, as testemunhas lembraram que, no centro da cidade, o assaltante ordenou que todos descessem da van, exceto o casal de turistas.

A inspetora da Delegacia Especial de Atendimento ao Turismo (Deat) Vanessa Combatassy, primeira a tomar depoimento dos estrangeiros após o crime, afirmou que Jonathan, que, inicialmente, dirigia a van, foi o primeiro a estuprar a moça. Ele teria mandado que ela tirasse a roupa. Diante da negativa, teria dado dois socos no rosto da vítima, que teve o nariz quebrado, e a violentado. Em seguida, teria sido a vez de Silva estuprar a estrangeira. Jonathan teria dito ao menor que também estava na van para “aproveitar também”, mas ele se recusou. De acordo com Vanessa, a turista dos EUA ficou nua durante todo o evento criminoso.

O inspetor Jaime, também da Deat, revelou que Carlos Armando estava junto com Walace quando este foi preso. Entretanto, Carlos Armando não foi detido naquela ocasião porque, na delegacia, Jonathan dissera que os comparsas de chamavam Walace e Tiago. Depois, por meio de fotos do Portal da Segurança da Polícia Civil, os investigadores constataram que o suspeito usava o nome de Tiago Felipe e, numa rede social, de Carlos Armando. Ao exibir as fotos para os turistas, Carlos Armando foi reconhecido. Em seguida, teve a prisão decretada.

O inspetor disse ainda que, apesar de ter se recusado a violentar a jovem, o menor envolvido no episódio bateu diversas vezes no turista francês com uma barra de ferro. O processo contra o menor foi desmembrado e ele já prestou depoimento à Vara da Infância e Juventude. A defesa de Jonathan quis ouvir duas “testemunhas de caráter”. Elas declararam ao magistrado que o conheciam há muito tempo, e que ele sempre foi trabalhador. Uma delas disse ainda que ele recebeu uma boa educação da família e que nunca passou necessidade na vida, embora tenha começado a trabalhar muito cedo.

 

Banheiro

Policiais da 4.ª Delegacia de Polícia (Praça da República) prenderam Adriano William de Oliveira, de 42 anos. Oliveira é acusado de ter estuprado uma mulher no banheiro do metrô na Estação Central do Brasil, em janeiro. Ele foi reconhecido pela vítima na manhã desta terça-feira. Oliveira teve a prisão temporária decretada pela Justiça.

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