Acusados de crime de internet banking são processados

A Justiça Federal em Minas Gerais instaurou nesta terça-feira (17) ação penal contra vinte pessoas, 18 homens e duas mulheres, acusadas de integrar organização criminosa especializada em furtos pelo sistema de internet banking. Clientes da Caixa Econômica Federal (CEF) e Nossa Caixa em todo o País foram lesados pela quadrilha, que tinha sua base operacional nos municípios mineiros de Itaúna e Divinópolis, na região centro-oeste do Estado.

Em 1º de junho, a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Pedra Negra, com o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão contra os principais membros da quadrilha. Os nomes dos réus não foram divulgados. Eles são acusados de formação de quadrilha, interceptação telemática não autorizada, furto qualificado, quebra de sigilo bancário não autorizada, corrupção de menores para a prática de crimes e uso de documento público falso. Dois deles são considerados foragidos.

Conforme a denúncia do MPF, a organização criminosa tinha quatro núcleos denominados de hackers, "biscoteiros", "carteiros", e "laranjas". Os hackers responsabilizavam-se pela criação ou aquisição de programas de computador destinados a capturar os dados que franqueavam acesso às contas bancárias dos correntistas, inclusive as senhas. Eles ainda cuidavam de escolher as vítimas, inocular os programas em suas máquinas e coletar dados para fazer a transferência dos recursos depositados.

Em outro extremo, figuravam os laranjas, que cediam seus cartões magnéticos e senhas para receber as transferências fraudulentas de valores. Já os carteiros, encarregavam-se de arregimentar os cartões magnéticos e senhas dos laranjas. Os biscoteiros, por sua vez, eram as pessoas de confiança dos hackers. Eles se limitavam a repassar os dados das contas arregimentadas pelos carteiros. Em outros casos, promoviam as transferências fraudulentas, a partir dos dados fornecidos pelos hackers, além de realizarem a divisão dos lucros. O dinheiro era transferido para contas dos laranjas abertas na própria CEF e nos bancos Itaú, Bradesco e Banco do Brasil.

As investigações tiveram início a partir de expediente de contestação de transação bancária enviada pela CEF, por meio do qual um correntista se insurgia contra três transferências eletrônicas que partiram de sua conta de poupança para contas de terceiros. Segundo o MPF, 12 menores de idade participaram dos crimes na condição de laranjas.

Colaborou Eduardo Kattah

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