Acusados da máfia punidos com preventiva

 Brasília – O juiz da 10.ª Vara da Justiça Federal, Cloves Barbosa de Siqueira, decretou no final da noite de ontem a prisão preventiva dos empresários Lourenço Rommel Peixoto, Jaisler Jabour de Alvarenga e Laerte Corrêa Júnior, acusados de fraudes de licitações de hemoderivados no Ministério da Saúde – a chamada “Máfia do Sangue”. O esquema fraudava a compra de hemoderivados do Ministério da Saúde e teria causado aos cofres públicos um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões entre 1990 e 2002.

Peixoto e Jabour já estavam cumprindo prisão temporária, cujo prazo de dez dias se esgotou à meia-noite de ontem e permanecerão presos. Já Laerte Corrêa tinha sido libertado no último sábado (dia 29), junto com outros dez integrantes do grupo, uma vez que o juiz Cloves havia negado a transformação da prisão temporária em preventiva. Laerte deverá voltar à carceragem da Polícia Federal em Brasília.

Dos 17 supostos integrantes do esquema que tiveram prisão decretada, apenas os Peixoto e Jabour permanecem presos. Corrêa deve voltar para a carceragem ainda hoje. Outros três presos já tinham sido liberados logo após prestarem depoimento porque colaboraram com a polícia. Entre eles estava o ex-coordenador-geral de Recursos Logísticos do Ministério da Saúde, Luiz Cláudio Gomes da Silva, nomeado pelo ministro Humberto Costa em agosto de 2003.

A operação

O Ministério Público Federal desde 1998 investiga denúncias sobre irregularidades em licitações do Ministério da Saúde, inclusive na compra de hemoderivados (derivados de sangue para uso de hemofílicos). Em março de 2003, a empresa Baxter Expor Corporation levantou a suspeita de violação dos envelopes contendo as propostas de preços de quatro licitações para a compra de hemoderivados.

A suspeita foi apresentada ao Ministério Público Federal, ao ministro da Saúde, Humberto Costa, e ao Tribunal de Contas da União. Desde então, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal passaram, por meio de interceptações telefônicas, a investigar a denúncia.

Depois de 14 meses apurando o caso, no último dia 19, por meio de uma operação denominada Vampiro, foi desencadeada a apreensão de documentos em vários locais e a prisão de suspeitos de envolvimento. Eles são acusados de tráfico de influência, favorecimento de licitações e corrupção passiva. Foram expedidos 17 mandados de prisão no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, sendo nove contra funcionários do Ministério da Saúde.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo