O excesso de acusações contra quatro ex-funcionárias processadas pela prática de abortos em uma clínica de planejamento familiar, em Campo Grande, motivou a suspensão do júri popular que as avaliaria hoje.

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Uma das processadas, a psicóloga Simone Aparecida Cantaguessi de Souza, afirmou ser um “absurdo” levar as ex-funcionárias da clínica ao júri popular. “Eu me arrependi de ter pisado naquele lugar. Tenho família, filhos e profissão. Todo ser humano tem direito a uma segunda chance. Não estão lidando com marginais, somos trabalhadoras”.

Renê Siufi, advogado de defesa, considerou demasiado o volume de acusações e conseguiu da Justiça a transferência do júri popular para 8 de abril.

Simone, juntamente com as enfermeiras Libertina de Jesus Centurion, Rosângela de Almeida e Maria Nelma de Souza, são acusadas pela realização de 25 abortos, de acordo com as últimas fichas de clientes registrados, poucos meses antes do fechamento da clínica em 2007.

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O local era propriedade da médica anesteologista Neide Mota, principal acusada no caso, que manteve a empresa durante 20 anos. Nesse período foram registrados, conforme fichário apreendido pela polícia, 10 mil abortos. Desse total, restaram apenas 1.200 como válidos no rol das acusações.

Neide responderia pelos restantes dos casos, mas foi encontrada morta dentro do automóvel que possuía, na porta da chácara onde morava com a mãe, em novembro de 2009. O laudo da necropsia acusou “asfixia medicamentosa”, o que significa envenenamento por remédios.

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