O julgamento de um crime de repercussão nacional começará nesta segunda-feira (28). Trata-se do caso Yoki. Elize Matsunaga responderá pela morte de Marcos Kitano Matsunaga, herdeiro do grupo alimentício Yoki.
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Ela confessou ter matado Marcos e ainda ter esquartejado o corpo do marido no dia 19 de maio de 2012. Na época o caso gerou muita repercussão, pois imagens das câmeras de segurança do apartamento em que eles viviam com uma filha flagraram Marcos subindo com uma pizza e horas depois ela descendo com malas com o corpo do marido.
Nascida em Chopinzinho, no interior do Paraná, Elize vai responder por homicídio triplamente qualificado (com motivo torpe, impossibilidade de defesa e meio cruel), além de destruição de cadáver. A pena pode chegar a 33 anos, caso seja condenada pelos dois crimes. A filha do casal vive com parentes de Elize.
Para a defesa do caso, feita pelos advogados Luciano Santoro e Roselle Soglio, Elize matou Marcos para se defender das agressões do empresário. Segundo ela, Marcos teria tentado até matar a ex-mulher. Um mês após o crime Elize disse ter se arrependido.
Por outro lado, o Ministério Público acredita que a morte ocorreu por conta de um seguro de vida no valor de R$ 600 mil. Antes o crime, Elize tinha contratado um detetive particular para descobrir se Marcos a traia com uma garota de programa.
Ainda vivo?
Uma questão que promete marcar o julgamento é se Marcos começou a ser degolado ainda vivo, hipótese levantada um mês após o crime. Segundo o MPE, ele chegou a engolir sangue. A defesa, contudo, afirma que um laudo necroscópico, feito após exumação do corpo, aponta que a vítima já estava morta.
Sozinha?
Outra questão que promete marcar o julgamento é se ela estava sozinha ou não na hora do crime. Enquanto o Ministério Público de São Paulo (MPE) diz ter “certeza técnica” de que Elize recebeu ajuda para retalhar o corpo da vítima em sete partes, a defesa afirma que ela agiu sozinha. Segundo a promotoria, novas explicações sobre o ocorrido no apartamento da vítima serão apresentadas aos jurados nesta semana.
Elize tinha conhecimentos de Enfermagem e, por isso, seria a responsável por desmembrar as partes inferiores da vítima, segundo o MPE. Um corte acima do umbigo teria sido feito com precisão de bisturi – e não por faca. “Era preciso ter alguém segurando o corpo para as vísceras não caírem”, afirma o promotor do caso, José Carlos Cosenzo. A Polícia Civil investiga a possível participação de outra pessoa no crime, mas as investigações estão sob segredo de Justiça. A advogada Roselle Soglio nega a versão do promotor. “Ele está insistindo em algo que não existe”, afirma. “Não há terceira pessoa. Elize praticou o crime absolutamente sozinha.
O dia do Julgamento
Elize deixou a penitenciária feminina de Tremembé por volta das 7h20 desta segunda-feira em um carro fechado. Ela permanece em prisão preventiva desde 2012.