Os assistentes da promotoria no júri dos 149 policiais militares acusados de matar 19 sem-terra em Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, pediram hoje ao juiz Roberto Moura a suspensão da sessão prevista para o dia 10, segunda-feira, quando serão julgados 127 soldados. Os representantes da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, Marcelo Freitas, Hernandes Margalho e Marco Apolo Leão argumentam no pedido ser ?física e juridicamente impossível? julgar tantos réus em uma única sessão e em um salão tão pequeno onde só cabem os acusados.
Eles afirmam que se for feito da forma como foi concebido pelo Tribunal de Justiça, o julgamento poderá ser anulado. ?Haverá comprometimento dos princípios constitucionais da legalidade, moralidade e finalidade, tão caros à sociedade brasileira?, alegam os acusadores dos militares.
As testemunhas que iriam depor no julgamento avisaram que não irão comparecer. Elas estariam recebendo ameaças de morte dos militares já condenados e também dos que ainda vão sentar no banco dos réus.
Dos 149 acusados, vinte foram julgados e dois condenados. Participaram da ação 129 soldados, mas vão a júri 127, pois um deles está foragido e o outro, Edson Soares, enlouqueceu.