Brasília – O acordo firmado nesta quarta-feira (27) entre a base do governo e a oposição para a divisão dos dois cargos mais importantes – presidência e relatoria – da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos deixou a bancada do PT na Câmara inconformada. Na tentativa de resolver o impasse, está marcada para ainda esta noite uma reunião para avaliar a nova situação e tomar uma posição.
O líder do PT, deputado Maurício Rands (PE), defende que a melhor solução seria a do respeito à regra da proporcionalidade, onde os cargos de presidente e de relator da comissão ficariam com os dois maiores partidos, no caso o PMDB e o PT.
"O melhor para o bom andamento dos trabalhos é que se respeite o tamanho das bancadas, até para não se ter uma investigação acidentada, como foi por exemplo no último caso em que houve presidência de um lado e relatoria de outro, que foi na CPI do Banestado, onde todos os passos da investigação eram controversos e motivos de grandes disputas", disse.
Rands reconheceu que a situação no Senado é diferente, onde as maiores bancadas são o PMDB e o DEM, mas refirmou que o PT continua com sua posição. ?Temos que ter também uma compreensão do cenário que existe no Senado, mas a nossa posição é de que o melhor caminho é não abrir um precedente".
O líder considerou natural que a bancada tenha interpretações diferentes, "mas nada que nós, com o diálogo das discussões, que sempre existe, não cheguemos com posição unitária".
"A composição de uma CPI é também uma decisão política. Vamos continuar dialogando com as lideranças tanto na Câmara como no Senado".
O líder petista que já anunciou na apresentação do requerimento para criação da CPMI o nome do deputado Luiz Sérgio(RJ) para relator e outros três para compor a CPMI, disse que agora o partido vai avaliar a situação para tomar uma posição se mantém ou não os nomes já indicados.