O movimento Polícia Legal, espécie de “greve branca” anunciada pelas associações de policiais militares da Bahia na quinta-feira passada e deflagrada na segunda-feira foi suspenso no fim da noite de ontem. Uma reunião de emergência entre representantes do governo e da PM foi convocada, já que a população de Salvador começava a sentir mais fortemente a diminuição dos PMs nas ruas. Antes que o fim da manifestação fosse anunciado, houve arrastões em bairros nobres da cidade e a população ficou recolhida em casa.
A Secretaria da Segurança Pública anunciou convênio com o Detran para a realização do Curso para Condutores de Veículos de Emergência para 150 PMs que exercem a função de motoristas de viaturas e a aquisição de 3.600 coletes balísticos. Além disso, o governo garantiu que não haverá sanções administrativas, disciplinares ou criminais aos policiais militares que participaram do movimento.
No entanto, não se chegou a um acordo com os manifestantes sobre a questão salarial. Os PMs cobram do governo paridade com os colegas do Distrito Federal – o que faria o salário de um soldado saltar de R$ 1,7 mil para R$ 4 mil – e a criação de um plano de carreira. Uma equipe do governo foi destacada para estudar e negociar o que é possível oferecer em termos de reajuste salarial.
O movimento Polícia Legal consistia em seguir à risca o que determina a Constituição para o cumprimento dos deveres policiais. De acordo com a Associação de Praças e Soldados, todo o policiamento ostensivo e as rondas ficariam comprometidos, já que nenhum PM fez curso de direção de viatura de emergência, como determina a lei. Além disso, eles não poderiam entrar em situações de risco porque apenas 15% dos coletes balísticos teria plena condição de uso.