?Acordão? é cada vez mais ameaçador ao Conselho de Ética

Os processos de cassação no Conselho de Ética chegam na reta final num momento em que crescem as articulações dos partidos para salvar o mandato de seus deputados. As legendas trocam ?afagos e apertos de mão? e o ?acordão? fica cada vez mais latente. O pacto entre PT e PSDB na CPMI dos Correios para não deixar as investigações irem muito longe se espalhou no conselho e PP e PFL negociam com petistas e tucanos para manter seus protegidos nos corredores da Câmara.

Pressões para não cassar um ou outro parlamentar vêm de todas frentes. Nessa semana, o ?acordão? escancarou-se. Primeiro, o deputado Pedro Canedo (PP-GO), relator do processo contra o ex-líder do governo Professor Luizinho (PT-SP), denunciou que a cúpula de seu partido determinou que ele se abstivesse da sessão do conselho para não votar favorável à cassação do deputado Roberto Brant (PFL-MG). O PP queria sinalizar aos pefelistas que desejava a contrapartida para salvar os quatro correligionários que respondem a processo disciplinar, entre eles o presidente da legenda, Pedro Corrêa (PE). O conselho vota o pedido de cassação de Corrêa na terça-feira.

O segundo foi uma manobra do PSDB também para salvar Brant, o único nome da oposição que responde a processo disciplinar por ter se beneficiado de pouco mais de R$ 100 mil do empresário Marcos Valério de Souza, acusado de ser um dos operadores do esquema do ?mensalão?. Os tucanos recomendaram ao deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) que absolvesse o pefelista, mas diante da negativa foi substituído pelo próximo líder do partido na Câmara, Jutahy Magalhães (BA). Fruet recusou inocentar Brandt por ser integrante da CPMI dos Correios. ?Se há uma tentativa para desmoralizar o Conselho de Ética, ela não irá adiante, aqui não prosperará. Eu prometi que até o final da convocação extraordinária, nós concluiríamos seis processos. Estamos indo para o quarto que é do Pedro Corrêa e não seremos interrompidos?, afirmou o presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), que acredita que o conselho deve concluir até o final de março os processos contra parlamentares acusados de estar envolvidos no recebimento de dinheiro do empresário mineiro Marcos Valério.

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