ACM diz que Lula “engana” o povo

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Senador: a política econômica "está
ótima para os banqueiros".

Salvador – O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), chamou ontem, em Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "enganador", numa entrevista ao vivo concedida ao programa "Balanço Geral", da TV Itapuã (afiliada à Rede Record de Televisão), um dos líderes de audiência ao meio-dia na capital baiana.

ACM usou o termo ao se referir também aos deputados federais do PT do Estado, que estariam "enganando" os eleitores por causa do atraso na liberação de verbas pelo governo federal para o metrô da cidade. "Quando o Lula engana, não surpreende, pois sempre foi enganador, mas, quando esses que estão junto dele querem enganar não sabem fazer como ele (Lula): ele, realmente, engana e engana bonito com aquele palavreado que o povo acredita e tal e não faz nada", atacou, desafiando os petistas a apontar "alguém do povo brasileiro que esteja satisfeito com o governo Lula".

Segundo o senador, o Brasil precisava passar por um governo do PT para acabar com a eterna imagem de salvador da pátria, atribuída ao então candidato Lula. "Agora ele (Lula) está tendo os seus quatro anos de governo e como já era esperado, nada faz. Quem quiser continuar votando errado, que vote nele outra vez", disse, ao defender a candidatura do prefeito do Rio, Cesar Maia, à presidência da República.

Para ACM, a política econômica do governo está ótima, mas apenas para os banqueiros. Uma outra suposta "enganação" atribuída ao presidente por ele é o projeto de transposição do Rio São Francisco. "Lula dizia que isso era coisa de picareta e é mesmo, é para dar dinheiro a empreiteiro", disse, insinuando que esses empresários, em troca, ajudariam na campanha da reeleição do presidente. "Não só do Lula como aqueles que o acompanham", reforçou.

O apresentador do programa, Raimundo Varella, confessou ter votado no presidente por influência de ACM, o que o fez lhe pedir desculpas. "Nós dois erramos, mas você errou por minha causa e, por isso, quero pedir desculpas, pois já pedi ao povo brasileiro: ninguém esperava que (a administração federal) fosse tão ruim." Apesar das críticas, o presidente da CCJ do Senado afirmou que, como presidente da comissão, não prejudicará o Poder Executivo federal, "mas não vou beneficiar como ele deseja", observou, acusando Lula de pretender parar a Câmara e o Senado com as medidas provisórias (MPs) e depois culpar deputados e senadores pelo "marasmo" do Congresso.

Mais críticas

Ao falar no Fórum Nacional, na tarde de ontem, no BNDES, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que o governo está com suas atenções voltadas apenas para as eleições do ano que vem. "O projeto do governo está inteiramente voltado para a formação das alianças em 2006. Por isso, o Congresso Nacional está parado. Quem espera reformas, como as que aconteceram nos dois primeiros anos (do governo Lula), pode desistir, pois não existe vontade nem condições do governo para conseguir", afirmou Tasso. 

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