Os 1.657 acidentes, com 1.043 feridos e 75 vítimas fatais, e o flagrante de 219 motoristas dirigindo embriagados durante o feriado da Semana Santa, são um indicativo da pertinência da proibição da venda de bebidas alcoólicas ao longo das rodovias. A avaliação foi feita nesta segunda-feira (24) pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, ao comentar os números do balanço da Operação Páscoa, que foram divulgados pela Polícia Rodoviária Federal.
?Os dados nos dão a convicção de que o projeto de conversão da MP [medida provisória] que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas estradas federais possa manter a essência da medida e crie dificuldades para as pessoas beberem enquanto estão dirigindo?, afirmou Tarso, referindo-se ao debate travado no Congresso Nacional sobre a restrição da comercialização de bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais das rodovias. No feriado, 1.171 estabelecimentos comerciais foram fiscalizados e 187 autuados por comercializarem bebidas alcoólicas.
Por enquanto, a PRF confirma que somente 38 acidentes tiveram relação direta com o consumo de álcool, mas ressalva que o número poderá ser ampliado a partir da conclusão de perícias técnicas. Cada condutor flagrado dirigindo embriagado foi multado em RS 957 e teve suspenso o direito de dirigir, por período que varia entre um e dois anos. ?Está comprovado que o uso da bebida alcoólica é um fator determinante da violência no trânsito?, insistiu Tarso.
O ministro disse que a restrição ao consumo das bebidas deve ser combinada com punições mais duras aos infratores das leis de trânsito e ações ostensivas de fiscalização: ?Se atacarmos esses três pontos, vamos continuar salvando vidas. A violência no trânsito é uma questão de segurança pública, e assim vai continuar sendo tratada pelo Ministério da Justiça.?
A quantidade de multas aplicadas na Operação Páscoa de 2008 (106.899) foi, segundo a PRF, 200% maior que em 2007, e o número de veículos fiscalizados (171.076) também aumentou em 66%, com média de 30 veículos fiscalizados por minuto.
