Após seis dias de trabalho, as equipes do Corpo de Bombeiros conseguiram ontem retirar de dentro do microônibus os corpos de mais duas vítimas do acidente no canteiro de obras da futura Estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô, ocorrido na sexta-feira passada.
De acordo com o tenente Paulo Fernando, um dos corpos é do motorista do microônibus, Reinaldo Aparecido Leite, de 40 anos. O outro corpo é do cobrador Wesclei Adriano da Silva. Os bombeiros agora trabalham para encontrar uma terceira vítima, que estaria dentro da van no momento do acidente.
Os dois corpos foram retirados por meio do respiro, que faz a ligação entre o túnel e a superfície, e encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML). A van, que está bastante amassada, continua presa entre rocha, terra e ferragens, que estão sendo serradas para a liberação do veículo.
Durante a madrugada de quarta-feira, o corpo de Francisco Sabino Torres, de 47 anos, motorista que trabalhava no Consórcio Via Amarela, foi encontrado no local do acidente. Ele foi a terceira vítima a ser resgatada no local.
No fim da tarde de terça-feira, os bombeiros resgataram o corpo da advogada Valéria Alves Marmit, de 37 anos. Ela também estava dentro da van que passava pela Rua Capri.
A primeira vítima encontrada foi Abigail Rossi de Azevedo, aposentada de 75 anos, que ia em direção à estação da CPTM de Pinheiros pela Rua Capri quando aconteceu o acidente na região. O marido a esperava na estação de trem para levá-la para casa, depois de uma consulta médica.
Seguro
As famílias dos passageiros da lotação soterrada no desabamento do metrô de São Paulo receberão indenização total de R$ 300 mil. O valor será dividido pelo número de vítimas fatais, ainda não confirmado. Se forem três, conforme suspeita a equipe de resgate, cada família receberá R$ 100 mil. Se forem dois, serão R$ 150 mil. A informação é de Paulo Roberto dos Santos, vice-presidente da cooperativa Transcooper, dona do microônibus. Segundo ele, as famílias do motorista e do cobrador receberão um valor menor (R$ 28 mil cada), além de cesta básica por 24 meses e assistência psicológica.
Os R$ 300 mil referem-se ao seguro exigido pela prefeitura para microônibus usados no transporte coletivo: R$ 100 mil para danos corporais, R$ 100 mil para danos morais e R$ 100 mil para danos materiais.
Desde o acidente, ocorrido sexta-feira, desapareceram sete pessoas. Até agora, cinco corpos foram resgatados.
Defesa Civil condena casas
São Paulo (AE) – Mais dez imóveis serão demolidos em conseqüência do desabamento nas obras da Estação Pinheiros do Metrô da capital paulista. Eles foram condenados pela Defesa Civil, que concluiu quarta-feira a vistoria nas 69 casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais interditados desde o acidente.
As construções interditadas estão localizadas em uma área muito próxima à cratera, onde o solo ainda não está totalmente estabilizado. ?Há também os imóveis que ficam no raio de alcance da grua, que precisa ser desmontada?, explicou o subprefeito. O Consórcio Via Amarela (responsável pela obra) definirá a data das demolições.
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis, José Augusto Viana Neto, esteve no local do acidente e ofereceu laudo sobre a situação das casas e do valor de mercado de cada imóvel. Esse laudo serviria de base às indenizações. Pelos cálculos do Creci, o valor do metro quadrado em Pinheiros é R$ 1,7 mil. De acordo com Viana Neto, na área do acidente, o metro quadrado vale entre R$ 800 e R$ 3,5 mil.