São Paulo – O procurador Matheus Baraldi Magnani, do Ministério Público Federal, confirmou ontem a acareação entre os irmãos Eliana Tranchesi e Antonio Carlos Piva de Albuquerque, donos da luxuosa loja Daslu, e o contador Celso de Lima, um dos proprietários da importadora Multimport. O ?encontro? foi realizado na sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, onde estão presos Antonio Carlos e Celso. Ficou comprovado que Eliana e seu irmão eram os responsáveis pelas compras da butique. Essa era a única dúvida que ainda pairava sobre o caso.
A acareação, pedida por Matheus Magnani, foi autorizada pela juíza Maria Isabel do Prado, da 2.ª Vara Federal Criminal de Guarulhos. De acordo com o procurador, os depoimentos dos donos e do importador da Daslu, colhidos na ultima quarta-feira, apresentaram divergências. ?Quero esclarecer quem cuidava do controle gerencial da empresa e quem tinha responsabilidade pelas compras?, explicou Matheus Magnani.
Depois de ser presa e algemada no último dia 13, quando agentes da Polícia Federal e da Receita Federal fizeram uma grande operação de busca e apreensão em sua loja, a dona da Daslu, Eliana Tranchesi, ficou presa durante dez horas. Na noite do mesmo dia ela conseguiu um habeas corpus e foi libertada e deve aguardar o desenrolar do processo em liberdade.
Segundo o Ministério Público, Eliana, seu irmão Antonio Carlos e Celso de Lima participavam ao lado do empresário Christian Polo, da importadora By Brasil, que está foragido, de um esquema de sonegação fiscal. Os quatro são acusados por crimes de sonegação, descaminho (importação ilegal de produtos), falsificação de documentos e formação de quadrilha.
A Daslu trocava notas fiscais verdadeiras por outras falsas, onde o valor da mercadoria era subfaturado (constava com valor menor) para não pagar os impostos correspondentes à importação, como o Imposto de Importação.
Em seu depoimento de quarta-feira, Eliana afirmou que a administração financeira da Daslu era de responsabilidade de seu irmão. Ele, por sua vez, disse que não sabia quem cuidava do setor de compras da loja. Eliana disse ainda no depoimento que cuidava apenas do marketing e do ?glamour? da marca. ?Se o dono da loja não sabe quem compra produtos para a loja, quem é que sabe? O Saci-Pererê??, indagou o procurador.
Na última sexta-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) também negou pedido de habeas corpus apresentado pelos advogados dos acusados. O pedido foi negado pelo presidente do STJ, Edson Vidigal. A prisão temporária do irmão de Eliana e de Celso Lima vencem hoje. O procurador ainda não decidiu se pedirá prorrogação.
De acordo com o procurador Matheus Baraldi Magnani, a prisão foi determinada para evitar que os suspeitos destruíssem provas materiais.