Embora tenha perdido quase todas as fantasias em um incêndio na madrugada da última quinta-feira, 4, a escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi vai poder desfilar no Grupo Especial do carnaval de São Paulo deste ano, mas não será avaliada pelos jurados.

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A decisão foi tomada pela Liga das escolas de samba após reunião com os presidentes das outras 13 agremiações que fazem parte do grupo e que desfilarão no sambódromo do Anhembi nos dias 9 e 10 de fevereiro.

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“As demais agremiações do Grupo Especial disputarão o concurso normalmente e cumprirão o regulamento mantendo os tradicionais critérios de rebaixamento, acesso e campeãs”, informou a Liga.

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Nesta sexta-feira, 5, a agremiação verificou o material que foi salvo das chamas e recebeu ligações de solidariedade e oferecendo apoio.

“Não foi fácil. A gente trabalha durante sete, oito meses, investe quase R$ 3 milhões e se vê sem nada. Sobrou alguma coisa e estamos reconstruindo. Não vai ter pontuação, mas vamos cumprir o horário, fazer o desfile, porque a responsabilidade é grande”, diz o presidente da escola Hussein Abdo Elselam, mais conhecido como Sr. Jamil.

Nesta tarde, o seu celular e o telefone da agremiação não paravam de tocar. Aparentemente triste, Seu Jamil agradecia as palavras de conforto que recebia. “A gente teve oferta de ajuda até do interior. Fornecedores ofereceram a fábrica para a Tucuruvi, mas estamos vendo o que será preciso para cada ala e fazendo um projeto para saber o que vamos precisar.”

O prejuízo ainda está sendo contabilizado, mas já é estimado em cerca de R$ 1 milhão. “Não temos a real proporção do estrago. Eram 25 alas. Mas estamos com alegorias muito bonitas e o brilho vai continuar. As fantasias estavam praticamente prontas, mas estamos fazendo uma reorganização para ver o que dá para colocar na avenida com qualidade”, explica Ricardo Rodrigues, diretor-geral de harmonia da escola. A Acadêmicos do Tucuruvi vai para a avenida com 2.200 integrantes.

Foco

Faltando pouco mais de um mês para o desfile, o foco dos integrantes vai ser em tentar pensar em alternativas para substituir as fantasias que foram destruídas. Segundo eles, a ajuda da comunidade está sendo muito importante neste momento. “A maior mobilização é da comunidade, há muita força de vontade e as pessoas que amam a Tucuruvi. A maioria vem com a ajuda humana para carregar, varrer e, no momento, é a melhor ajuda”, diz Rodrigo Delduque, diretor de carnaval da agremiação.

A escola apresenta neste ano o enredo “Uma noite no museu”, em homenagem a museus e à história da arte. “Era o carnaval dos sonhos. O presidente não mediu esforços para colocar tudo que o carnavalesco pediu. Mas o carnaval não para. Quando acaba, a gente já começa a pensar, se reunir e começa de novo.”