A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) entregará de 30 a 40 dias ao Ministério do Desenvolvimento uma proposta para estimular a política industrial brasileira e devolver competitividade ao setor, cujas exportações vêm sendo afetadas pela apreciação do real.

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Em encontro nesta tarde com o ministro Miguel Jorge, o presidente da Abinee, Humberto Barbato, pediu "medidas mais efetivas" para conter o descompasso cambial e dar impulso ao setor, como uma linha de capital de giro junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e autorização para que o exportador deixe 100% de suas receitas no exterior, em vez dos 30% permitidos atualmente. Outro pedido foi de simplificar o regime tributário na cadeia produtiva.

Ele também sugeriu taxação do capital especulativo no País, dizendo que o fato de o dólar estar "derretendo" prejudica não só a plataforma exportadora, mas também a produção interna. Barbato afirmou que os associados da Abinee imaginam uma "taxa de câmbio ideal" de R$ 2,30 a R$ 2,50.

"Me atrevi a propor a adoção do regime de banda cambial para frear o ingresso de divisas", disse Barbato, dizendo que o encontro se deu em um clima bastante amistoso e que o ministro se mostrou bastante interessado. "Nunca me senti tão à vontade com um ministro de Estado, parecia um colega.

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Para formular as diretrizes da proposta, a Abinee se encontrará já na semana que vem com dirigentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O caráter de urgência da reunião, segundo ele, veio do próprio ministro, que teria pedido as sugestões à Abinee. Um dos pleitos da associação ao BNDES será uma linha de capital de giro para as empresas importarem produtos com vistas a exportá-los depois de agregar valor (linhas de drawback). O foco recairia sobre componentes eletrônicos, responsáveis pelo maior déficit da balança comercial de eletroeletrônicos.

Novas medidas

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Barbato afirmou que ouviu hoje de Miguel Jorge "que novas medidas deverão ser tomadas na questão cambial", providências essas que envolveriam todas as pastas, "inclusive o Banco Central (BC)".

Segundo Barbato, as medidas recentemente anunciadas para apoiar os setores afetados pela valorização do real "são paliativas" e ineficazes para recuperar a competitividade do segmento de eletroeletrônicos.