A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) divulgou uma nota elogiando os recursos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, que retirou em março a acusação de homicídio doloso triplamente qualificado contra Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, acusados de acender e lançar o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade.

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No texto, a ABI declarou que está de acordo com o MP e “aguarda confiante que, com os recursos do Ministério Público, os réus Fábio Raposo e Caio Silva sejam julgados no Tribunal do Júri por homicídio triplamente qualificado, assumindo o risco de matar”.

A mudança da classificação do crime permitiu a soltura dos réus, que respondem ao processo em liberdade e são monitorados por tornozeleiras eletrônicas. No recurso especial enviado ao STJ, o Ministério Público sustenta que houve falha de interpretação da Câmara julgadora, que derrubou a acusação de prática de homicídio doloso(intencional).

Já no recurso extraordinário ao STF, o Ministério Público relata suposta violação ao artigo 5º da Constituição Federal, “uma vez que somente os jurados poderiam decidir se o evento criminoso caracteriza ou não crime doloso contra a vida, não cabendo ao juiz, nessa matéria, fazer avaliação aprofundada das circunstâncias envolvidas”.

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Santiago Andrade, da Rede Bandeirantes, morreu ao ser atingido na cabeça por rojão quando cobria protesto no centro. Na denúncia, o Ministério Público sustentou que Souza e Barbosa atuaram juntos, com divisão de tarefas e intenção de causar tumulto, sem ligar para o risco à vida e a integridade das pessoas em volta. A denúncia acusa a dupla de direcionar o rojão para a multidão, onde manifestantes e policiais circulavam.