Berço do sindicalismo brasileiro, o ABC paulista conseguiu recuperar, nos últimos cinco anos, 22% dos postos de trabalho que foram fechados no setor metalúrgico entre os anos de 1989 e 2002. Segundo levantamento da subseção regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o crescimento da economia e a explosão de vendas da indústria automobilística abriram 27,2 mil vagas para metalúrgicos no ABC desde 2003.
No fim do ano passado, a região empregava 132,2 mil metalúrgicos enquanto em dezembro de 2002 eram pouco mais de 105 mil trabalhadores. De 1989, ano em que a globalização começou a ganhar forma no Brasil, até o fim de 2002, a categoria havia perdido quase 124 mil postos de trabalho. Esse número representou um corte de 54% no nível de emprego da categoria, que somava 228,8 mil vagas no fim da década de 90.
?A abertura destrambelhada da economia nacional e as políticas neoliberais que marcaram a década passada provocaram um rombo no nível de emprego da categoria?, afirma Rafael Marques, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, entidade ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT).