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Abadiânia tem dia calmo e moradores receiam falar; João de Deus segue foragido

À espera da possível prisão do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, acusado de uma série de abusos sexuais contra mulheres, a cidade de Abadiânia (GO) vive um domingo (16) calmo, sem grandes movimentações. Apesar de toda a polêmica envolvendo o líder espiritual, a Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus fazia os atendimentos normalmente, permaneceu aberta até o horário do almoço e encerrou as atividades em seguida. Agora será reaberta ao público apenas amanhã (17).

Durante a manhã, aproximadamente uma dezena de pessoas permanecia no local, a maioria estrangeiros vestidos de branco. Enquanto alguns faziam orações, outros permaneciam em locais de meditação da Casa. Quem circula pela cidade encontra poucos pontos de comércio abertos e moradores receosos de falar sobre as denúncias que pesam contra João de Deus. Em condição de anonimato, algumas pessoas arriscam opinar sobre o assunto. Dizem, por exemplo, que o médium não era “flor que se cheire”, mas evitam as entrevistas. Além disso, costumam mostrar preocupação sobre como a prisão dele deve afetar a economia do município.

João de Deus é considerado foragido da Justiça e seu nome foi incluído na lista da Interpol. A prisão preventiva dele foi decretada no fim da manhã de sexta-feira (14) e o prazo para que se entregue terminou às 14 horas do sábado (15). João de Deus deve se entregar neste domingo (16). O Estado apurou que a data foi definida em uma negociação entre a polícia e a defesa do médium.

A reportagem ainda não conseguiu contato, neste domingo, com os defensores do líder espiritual para saber quando e onde, de fato, ele irá se entregar. O advogado de defesa de João de Deus, Alberto Zacharias Toron, havia afirmado em entrevista que seu cliente vai se entregar antes da apresentação do habeas corpus. A ação será proposta na segunda.

Uma vez preso, João de Deus seria levado para Goiânia, onde deve ocorrer o interrogatório. O MP de Goiás também investiga eventual movimentação suspeita de recursos financeiros, como transferência de dinheiro das contas de João de Deus. Reportagem na edição deste domingo do jornal O Globo diz que o médium fez retiradas de R$ 35 milhões desde que as primeiras acusações vieram à tona.

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