‘A ordem é evitar passar perto dali’, diz surfista sobre trecho de ciclovia

A cerca de 500 metros do trecho da Ciclovia Tim Maia que desabou na quinta-feira, 21, existem duas áreas em que surfistas mais ousados encaram ondas de até 5 metros de altura, conta Carlos Burle, de 48 anos, mundialmente famoso por surfar ondas gigantes – em outubro de 2013, ele chegou a surfar uma de 30 m, em Nazaré, Portugal.

“Costumo usar um trecho do mar na direção de São Conrado, mas há um outro ponto muito frequentado por surfistas, conhecido como Laje do Sheraton, na direção da Praia do Vidigal”, diz.

Burle mora a cerca de 300 metros da Praia de São Conrado. Ao acordar na quinta-feira passada, ele se espantou com o barulho provocado pela arrebentação. “Me chamou a atenção porque a força das ondas estava maior, dava para ouvir de onde eu estava”, lembra.

As condições do mar dependem da maré, do vento, das demais condições atmosféricas e até da Lua. “A faixa de areia estava três vezes maior do que o habitual, isso também influencia na arrebentação”, diz o surfista.

Habituado ao mar revolto, Burle sabe dos riscos de ficar perto de uma costa rochosa como a da Avenida Niemeyer, porque a força das ondas pode lançar a pessoa contra as pedras. “A gente só vai até ali para resgatar pessoas ou recolher equipamentos. Mesmo quando não há ressaca marítima, a ordem para todo surfista é evitar passar perto dali”, afirma.

Segundo o surfista, campeão mundial de ondas gigantes em 2001 em Maverick, na Califórnia, existe risco tanto quando a onda está se formando e empurra a pessoa contra as pedras como quando está se retraindo, porque, se nesse momento encontra outra onda no sentido oposto, o choque entre ambas lança a pessoa para o alto.

Herói

Burle foi ainda quem salvou da morte, também em Nazaré, a surfista Maya Gabeira, desacordada após ser derrubada por uma onda de quase 20 metros, em 2013. As imagens do salvamento, feito em jet ski, foram transmitidas em todo o mundo.

Na noite de quarta-feira passada, cerca de 12 horas antes do desabamento parcial da ciclovia, a força das ondas destruiu parte do calçadão de São Conrado. A ressaca marítima se estendeu pelo dia seguinte. O mar só ficou mais calmo no sábado.

A ressaca e as grandes ondas são habituais no outono e inverno e há décadas causam estragos na orla do Rio. Em 1977, o cantor Raul Seixas (1945-1989) dirigia sua Brasília pela Avenida Delfim Moreira, no Leblon, quando uma onda atingiu e amassou uma porta do veículo. “Fui atropelado por uma onda”, diz o artista. A filmagem está sendo compartilhada em redes sociais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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