Entrevista com Andrea Ramal, educadora e consultora em educação.

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1) O apoio sobre questões como bullying na internet é um papel do professor?

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Com certeza. A internet é um espaço de convivência cidadã. Dizemos que o professor precisa preparar o aluno para a vida – e a internet faz parte. É onde adolescentes e jovens mantêm interações, se apresentam, com diversos perfis, atitudes e posicionamentos, e onde infelizmente se sofre muito porque o bullying, que antes ficava restrito à sala de aula, agora dura quase 24 horas por dia.

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2.Há dificuldade dos professores de compreender o que ocorre na internet?

É um desafio. Infelizmente, temas assim quase não fazem parte do currículo na formação dos professores. Eles chegam defasados. Em reuniões de professores e conselhos de classe, o tema deveria entrar.

3.Quais as dicas para professores, pais e alunos lidarem melhor com os problemas da internet?

Os professores devem frequentar as redes sociais, se conectar, ser antenados. Devem ficar atentos, assim como ficam se existem situação de violência dentro das escolas, se há algum aluno que pode estar sofrendo nas redes. Outro ponto importante é que as escolas façam reuniões com os pais para capacitações. E, para os estudantes, se sofrerem bullying na vida virtual, devem denunciar, mostrar aos pais, não esconder.

4.A agressão na internet é mais difícil de descobrir?

Sim. E algo que melhoraria é ter mais escolas em tempo integral, onde o professor não só dá aula, mas tem tempo de conviver. Muitas vezes a internet é usada de modo nocivo porque o aluno vai para a casa e não fica com ninguém, não tem o que fazer.

5.Atividades com tecnologia na escola devem ser transversais ou extras?

Acredito que precisam entrar na aula mesmo. Cada vez mais estamos buscando aulas que tenham ligação com a prática. Os próprios fenômenos que acontecem na internet são ótimos ganchos para puxar as discussões em sala de aula. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.