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À frente de uma rede de 4,8 mil negras

Quando era adolescente, a hoje advogada Mayara Silva de Souza, de 24 anos, estranhava os rótulos de xampu. “Eu acreditava que os meus cabelos eram normais, então por que não podia usar os produtos cujos rótulos traziam os dizeres ‘cabelos normais’? Quem foi que definiu que normal é o liso?”, diz.

Inquietudes do tipo sempre povoaram seu jeito de ser. Até que em 2015 ela foi convidada a participar de um jantar com outras 20 mulheres negras na casa da então consulesa da França no Brasil, Alexandra Baldeh Loras – que também é negra. Ali surgiu a ideia de criar uma rede para conectar mulheres negras atuantes, protagonistas de seus papéis. “Preocupa-nos o fato de mulheres negras ainda serem maioria no sistema prisional e minoria no meio universitário, por exemplo”, comenta.

Hoje o grupo Negras Empoderadas reúne 4,8 mil participantes no Facebook. Periodicamente também há encontros presenciais – que reúnem, em média, 150 pessoas. “É muito comum que mulheres venham participar depois de se ‘descobrirem’ negras. Por causa do próprio discurso dominante na sociedade, elas crescem se sentindo brancas, crescem acreditando serem brancas”, relata. “É muito emocionante, e ao mesmo tempo difícil, ter de lidar com esse tipo de situação.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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