Para estudar embriões, os alunos do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) usam modelos em 3D. Até pouco tempo, as peças ainda eram as importadas da Alemanha pela universidade na década de 1930. Há dois anos, porém, já é possível “fabricar” os próprios embriões – novinhos e mais modernos – dentro da instituição. Isso graças à doação de uma impressora apreendida pela Receita Federal à USP.

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“Temos um acervo de peças de embriologia, modelos de embriões que vieram para a universidade nos anos 30. São feitos de cera, borracha e estavam desgastados de tanto manusear”, conta o professor do ICB Fábio Siviero. Em 2016, ele pleiteou receber uma impressora de peças em três dimensões para recriar esses materiais. Conseguiu um dos equipamentos doados para a universidade.

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Produtos apreendidos pela Receita Federal, como a impressora 3D usada por Siviero e seus alunos, são aplicados em atividades de ensino, pesquisa e extensão. Em dez anos, a soma dos valores dos materiais doados pela Receita à USP chegou a quase R$ 14 milhões. Os equipamentos vão desde inaladores até instrumentos mais complexos, como aparelhos para tomografias e mamografias.

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No caso de Siviero, a “nova fábrica” tinha, no início, apenas a proposta de recriar as peças antigas. Mas evoluiu. “Começamos a fazer modelos de células, de estruturas de tecidos. E, como começamos a ter mais estudantes com deficiência visual, já fizemos etiquetas em braile e material tátil”, diz o professor.

Visualização. A ferramenta, explica ele, ajuda a visualizar conceitos aprendidos em sala de aula. “A lâmina do microscópio é sempre bidimensional. O aluno tem de transpor essa imagem para uma estrutura tridimensional. Alguns fazem isso com mais facilidade, outros menos. Ter um modelo físico que possa segurar em mãos normaliza a turma, faz todo mundo ter um passo mais rápido.” Para Siviero, foi uma surpresa conseguir a impressora. “Não esperava que tivesse um equipamento tão complexo (para doação).” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.