A memória paulista está em risco. Um levantamento inédito produzido pelo Sistema Estadual de Museus (Sisem), órgão ligado à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, mostra que 86% dos 415 museus paulistas têm, ao menos, um problema grave.

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Faltam políticas de conservação do acervo, cuidados de climatização, reservas técnicas, funcionários e, em alguns casos, visitantes – porque há instituições fechadas ao público. O diagnóstico mostra a situação em que se encontram documentos e peças importantes para a história de São Paulo. Se bem utilizado, pode indicar quais medidas urgentes devem ser tomadas pelos responsáveis pelos museus.

Para chegar aos dados, o Sisem mobilizou uma força-tarefa no ano passado. Oito agentes do departamento visitaram, entre maio e dezembro, os 190 municípios paulistas que têm ao menos um museu. “Isso é geral: não se pensa em manutenção, só em restauro. Então trabalhamos no extremo. Somos chamados para restaurar o que está praticamente acabado”, critica o restaurador Arnaldo Sarasá Martin. “Por não haver manutenção, há museus com infiltrações, enchentes e teto desabando.”

O secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, garante que o levantamento do Sisem já é usado como bússola para indicar as melhores estratégias na administração dos museus. “Com esses dados em mãos, podemos dar apoio técnico e, em alguns casos, financeiro às instituições mais problemáticas”, afirma. Como consequência imediata, a secretaria decidiu interromper o processo de municipalização dos museus estaduais, iniciado em 2009. “Agora estamos discutindo a municipalização caso a caso. Porque não adianta municipalizar, se a prefeitura não tiver fôlego para administrar um museu”, diz o secretário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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