No primeiro semestre desta legislatura, a Câmara não reagiu à tradição de ser pautada pelo governo. Levantamento da produção da Casa mostra que os deputados votaram – e aprovaram – 43 medidas provisórias, além de 9 projetos de lei e uma emenda constitucional de autoria do Poder Executivo. Da lavra do Legislativo, foram aprovados 15 projetos de lei e uma emenda constitucional. Em resumo, nas 69 votações mais importantes do semestre, o placar é de 53 (76,8%) para o Executivo e 16 (23,2%) para o Legislativo.
Essa avalanche de aprovações com origem no Planalto ocorre depois de a Câmara ter eleito seu novo presidente, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e renovar a promessa de trabalhar com uma pauta mais autônoma em relação ao Executivo. Antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18, os deputados votarão outras duas MPs, que trancam a pauta de votações a partir de hoje. Sem aprovação das medidas provisórias, nenhum outro projeto pode ser votado. Serão, portanto, pelo menos 45 MPs aprovadas desde o início da legislatura, em 1º de fevereiro.
O desempenho da produção legislativa nestes primeiros seis meses expõe a inércia parlamentar diante das iniciativas do Executivo. O resultado desse semestre não é muito diferente do início da legislatura anterior.
Em 2003, entre fevereiro e julho, os deputados votaram 43 medidas provisórias e 26 projetos de lei, dos quais 11 de iniciativa do Executivo. Foram votados ainda duas emendas constitucionais e dois projetos de lei complementar, de iniciativa do Legislativo. O placar foi parecido com o da atual legislatura: os deputados votaram 54 matérias propostas pelo Executivo e 19 pelo Legislativo.