Das 10,3 milhões de crianças brasileiras com menos de 4 anos de idade, 7,7 milhões (75%) estão fora da escola. Os dados são da pesquisa “PNAD 2015 – aspectos dos cuidados das crianças de menos de 4 anos de idade” divulgados neste quarta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A pesquisa aponta que a maioria das crianças pequenas está perdendo o período ideal de estímulos que podem ajudá-las a romper com o ciclo de pobreza. Os anos iniciais de estudo facilitam o processo de alfabetização e contribuem para que concluam o ensino fundamental, afirmam especialistas em educação. O levantamento mostra, contudo, que 61,8% dos responsáveis pela criança tinham interesse em matriculá-las. Na faixa etária dos 3 anos, essa intenção chegava a 78,6% dos responsáveis.

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O levantamento é o primeiro do IBGE que analisou os cuidados com crianças pequenas. As mulheres são as cuidadoras de 83,8% das crianças com menos de 4 anos. Há diferenças regionais – no Sul, 20,7% das crianças eram cuidadas por homens; no Nordeste, a proporção foi de 11,9%. Os cuidados de 85,6% dessas crianças ficaram a cargo de pessoas com idades entre 18 e 39 anos.

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Há ainda um apontamento para um empobrecimento das famílias com crianças pequenas. Entre os domicílios que não têm crianças com menos de 4 anos, 40,9% tinham renda per capita de até um salário mínimo. Entre as residências que tinham crianças nesta faixa etária, 73,9% tinham renda de até um salário mínimo. No País, o rendimento médio mensal domiciliar per capita dos domicílios com crianças pequenas era de R$ 715; ou 53% do valor daqueles em que não havia crianças (R$ 1.348).

A pesquisa mostrou também que a permanência da criança na própria casa teve redução com o aumento da idade – de 91,8% entre as que tinham menos de 1 ano para 60,7% entre as que tinham 3 anos.

As famílias que mantinham suas crianças em casa tinham rendimento médio mensal de R$ 550 per capita; as que deixavam em outro domicílio, ganhavam R$813; e as que matricularam as crianças em creche ou escola, recebiam R$ 972 per capita.

Ainda de acordo com a pesquisa, 52,1% das crianças ficaram sob a responsabilidade de quem tinha trabalho formal ou informal. Mas quando o responsável era uma mulher, essa proporção caía para 45%; se era homem, subia para 89%.