Mais duas cidades decretaram estado de emergência ontem por causa da chuva, completando 18 municípios mineiros nesta situação. De acordo com a Defesa Civil estadual, as cidades são Santana do Jacaré, na região centro-oeste do estado, e Carmo de Minas, no sul do estado.
Belo Horizonte – Em Santana do Jacaré, a situação começou a complicar há três dias com uma ventania que destelhou várias casas. Já em Carmo de Minas, o Ribeirão do Carmo transbordou, alagando 115 casas. Segundo a Prefeitura da cidade, cerca de 200 pessoas estão em abrigos, mas ninguém ficou ferido.
Ainda de acordo com dados da Defesa Civil estadual houve problemas por causa da chuva na madrugada em mais nove cidades, mas sem vítimas. Os municípios são Passa Quatro, Ipatinga, Cariaçu, Patos de Minas, Capela Nova, Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre, Adrelândia e Oliveira. Em Belo Horizonte, a Defesa Civil recebeu 16 solicitações de vistorias. A maior parte referente a problemas de trincas e infiltrações em muros e moradias e ameaça de deslizamento de barrancos. Não houve registro de nenhum caso grave.
De acordo com a Urbel, Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, 75 famílias estão alojadas nos abrigos municipais Granja de Freitas e Pompéia. Para este fim de semana, vão estar de plantão várias equipes técnicas do Grupo Executivo para Áreas de Risco, que é formado por órgãos como Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, Assistência Social, Administrações regionais e Corpo de Bombeiros.
Recorde de congestionamento
O excesso de veículos e as chuvas que atingiram São Paulo ontem provocaram novo recorde de congestionamento no período da noite na cidade. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou, às 18h30, 150 quilômetros de vias congestionadas. A média para o horário é de 98 km. O recorde anterior, 135 km, foi registrado no último dia 14, às 19 horas. A pista expressa da Marginal do Tietê teve o pior trecho de lentidão, com 14 quilômetros de trânsito parado no sentido Lapa-Penha entre a Ponte dos Remédios e a Ponte da Vila Guilherme. No sentido Penha-Lapa, o trânsito ficou complicado na via expressa por 9 km, desde a Ponte do Tatuapé até a Ponte Júlio de Mesquita Neto.
A Marginal do Pinheiros também teve tráfego difícil.
Temporais em nove estados
Brasília – A previsão de temporais hoje em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, além de Amapá, Ceará, Maranhão, Piauí, Roraima e Tocantins levou a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, a enviar ontem alertas meteorológicos para as defesas civis destes estados. De acordo com a meteorologia, a expectativa é de que ocorra chuva forte, com raios e ventos de até 60 quilômetros por hora. Como o solo nos estados já está bastante encharcado, devido às chuvas das últimas semanas, o risco de alagamentos e deslizamentos de terra aumenta, segundo a Defesa Civil. Por isso, a recomendação é que a população evite permanecer em áreas de risco, como baixadas, morros e encostas.
Em comunicado distribuído ontem, a Sedec lembrou ainda que medidas preventivas podem ser tomadas pelas defesas civis dos estados e municípios. Além de São Paulo e do Rio de Janeiro, hoje pela manhã, segundo as previsões, os temporais deverão atingir, principalmente, o centro, o sul, o oeste de Minas Gerais, além da região do Triângulo Mineiro. À tarde, a frente fria que está sobre a região Sudeste perderá força, mas ainda deverá provocar pancadas de chuva, no leste e no nordeste de São Paulo, no sul de Minas e no Rio de Janeiro.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil enviou alertas meteorológicos para os estados do Amapá, do Ceará, do Maranhão, do Piauí, de Roraima e do Tocantins prevenindo contra a ocorrência, até domingo, de chuvas fortes nestes estados. A precipitação pluvial poderá ser intensa no Amapá, no oeste e norte do Maranhão e em Roraima. Amanhã, esta mesma previsão valerá para o norte do Piauí e o norte do Ceará. Hoje, no Tocantins, é provável a ocorrência de pancadas de chuvas de forte intensidade no norte do estado.
Queda de barreira interdita BR-116
Sorocaba – A queda de um barranco interditou ontem uma das pistas da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga São Paulo a Curitiba, no quilômetro 356, no município de Miracatu, a 180 quilômetros da capital. A rodovia não está duplicada no local. No trecho, a estrada corta a Serra do Cafezal. O deslizamento ocorreu às 12h30 e, segundo a Polícia Rodoviária Federal, foi causado pelo excesso de chuvas. Às 17 horas, o congestionamento era de 33 quilômetros. Quem seguia de São Paulo para o sul enfrentava 20 quilômetros de trânsito parado, a partir de Juquitiba, a 73 quilômetros de São Paulo, até o local do acidente. É a segunda vez em menos de um mês que ocorre queda de barreira no mesmo local. O outro deslizamento foi registrado no final de dezembro.
Máquinas da empresa Delta, contratada pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) para fazer a manutenção da rodovia, trabalhavam na remoção da terra e da lama. O trânsito estava fluindo por apenas uma faixa, com a passagem de um veículo por vez.
Policiais rodoviários controlavam o fluxo dos veículos. Havia expectativa de liberação completa da estrada ainda durante a noite de ontem. Na saída de São Paulo, a polícia orientava os motoristas sobre um possível desvio, pelo sistema Anchieta-Imigrantes, até a Rodovia Padre Manuel da Nóbrega (SP-55), que passa por Peruíbe e termina na Régis abaixo da serra. O motorista que usou a rota alternativa percorreu cerca de 130 quilômetros a mais. A Rodovia Santos Dumont (SP-79), que liga a região de Sorocaba à Régis e poderia servir como opção de acesso a Curitiba, também estava interditada.
Ontem, ocorreram novas quedas de barreiras nos quilômetros 160 e 211. Máquinas do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) trabalhavam nos locais afetados, mas não havia previsão de liberação da estrada. Em Sorocaba, pela primeira vez este ano, o Rio Sorocaba saiu do leito e inundou a as áreas ribeirinhas. O Córrego Itanguá também subiu e alagou a Avenida Américo Figueiredo.