O comandante da Polícia Militar de São Paulo, Roberval França, afirmou hoje que 169 suspeitos de envolvimento nas mortes de policiais já foram identificados desde o início do ano. Desse, 129 já foram presos, 20 morreram em confrontos com a PM e outros 20 permanecem foragidos, disse ele.

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Ao todo, 86 PMs foram mortos no Estado de São Paulo desde o início do ano, mas o governo não admite ligação entre esses crimes. França disse que 37 desses casos tinham característica de crime encomendado.

Diante dos números, ele disse que o policial que se sentir ameaçado pode registrar boletim de ocorrência, que será encaminhado para a corregedoria e poderá resultar em segurança para o policial. França destacou que já existem seis registros desse tipo.

A PM faz desde a madrugada de ontem uma operação na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, de onde teria vindo as primeiras ordens para criminosos assassinarem policiais. Ao todo, já foram presos no local oito pessoas, além de terem sido apreendidos 130 kg de drogas.

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Segundo o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, a ordem que resultou na morte de seis policiais militares em São Paulo foi dada por Francisco Antonio Cesário da Silva, 32, o “Piauí”, que chefia a facção criminosa PCC e é da favela de Paraisópolis. Ele foi preso em Santa Catarina em agosto.

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Mais de 500 policiais militares participam da operação. Eles fiscalizam veículos e revistam bolsas e mochilas nas estradas da favela. De acordo com a PM, a ação visa combater roubos, furtos e o tráfico de drogas na região, e não tem data para terminar.

França disse que operações similares a que ocorre Paraisópolis poderão ser feitas nos próximos dias em outras cidades e regiões que têm registro de crime “um pouco acima do histórico”.

Ajuda

Ferreira Pinto negou hoje que o governo federal tenha oferecido ajuda para combater a escalada da violência em São Paulo. Segundo o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), houve uma reunião com a secretaria em junho, mas não foram acertados projetos.

O secretário, porém, afirmou que a visita foi apenas “de cortesia”. “Se o governo quiser ajudar pode ajudar com o setor de inteligência, mas isso a polícia de São Paulo já tem. O que o governo federal pode oferecer? A Polícia Federal tem 10 mil homens para todo o país, enquanto a Polícia Civil de São Paulo tem 30 mil homens.”