Brasília – Dos estudantes brasileiros de 13 a 24 anos, 10% consomem regularmente bebidas alcóolicas, mostra pesquisa divulgada ontem pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Dos 50 mil alunos de escolas de ensino fundamental (5.ª a 8.ª série) e médio entrevistados, 45% disseram beber em eventos sociais, especialmente cerveja e vinho.
É um problema que preocupa não apenas pais e professores. A maioria desses jovens reconhece que o álcool causa danos ao organismo e 85% deles se sentem ameaçados na escola ou nas ruas por drogas e vêem como um perigo a maconha, a cocaína e o crack. Cerca de 11% consideram o uso de substâncias ilícitas uma doença. Menos de 3% consideram isso normal.
Com 448 páginas, o estudo “Drogas nas Escolas” mostra que mesmo os jovens que recorrem à maconha e cocaína têm medo do universo das drogas. Pouco mais de 30% dos usuários não enxergam riscos. “Isso é um pedido de socorro”, analisa a socióloga Mary Garcia Castro, coordenadora de pesquisas da Unesco.
O levantamento abrange um universo de 4,6 milhões de estudantes de 14 capitais brasileiras. A pesquisa também analisa questionários respondidos por três mil professores e técnicos e dez mil pais de alunos.
Ranking
A cerveja é a bebida preferida de 36% dos estudantes; 15% gostam mais de vinho. Cerca de 3% dos jovens entrevistados disseram usar regularmente drogas ilícitas. Mais de 4% já experimentaram e 92% garantiram nunca ter recorrido à maconha, cocaína, injetáveis e crack. A capital gaúcha também ocupa o primeiro lugar no consumo diário de drogas ilícitas, com 6% dos entrevistados utilizando todos os dias essas drogas. Florianópolis (4,3%) e Vitória (3 7%) vêm em seguida.