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1ª fase de Corujão ‘estadual’ da Saúde vai atender só 30% da fila de 3 exames

Anunciada pelo governador João Doria (PSDB) na sexta-feira, 8, a primeira fase da “versão estadual” do Corujão da Saúde vai atender 30% da fila de espera de apenas três exames específicos. Enquanto a meta é realizar 155 mil ultrassons, mamografias e endoscopias, a demanda represada considerando apenas esses procedimentos chega a 528 mil no Estado, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde.

Seguindo o modelo implementado por Doria quando era prefeito de São Paulo, o Corujão estadual prevê parcerias com clínicas e hospitais privados para fazer os exames a partir do dia 25. Inicialmente, o programa será implantado na Grande São Paulo, na região de Campinas, no interior, e na região de Taubaté, no Vale do Paraíba.

Segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, os locais foram escolhidos porque representariam as maiores demandas do Estado. “O número é muito grande, só nessas três regiões nos teremos um total de 150 mil exames”, disse.

Segundo dados da pasta, as filas dos três exames nessas regiões são de 50,6 mil na Grande São Paulo, 73,1 mil em Campinas e 31,4 mil exames no Vale do Paraíba. A secretaria, no entanto, não informou o tamanho da demanda considerando todos os procedimentos médicos no Estado. “Pelos cálculos que nós fizemos, acreditamos que no prazo de 60 dias conseguimos diminuir significativamente a fila”, afirmou Germann.

Além das unidades privadas, o atendimento será feito na rede estadual em horários alternativos. Na versão municipal, os exames eram feitos à noite, de madrugada e em fins de semana. A ideia da gestão Doria é ampliar o programa progressivamente para outras cidades, até atender o Estado inteiro.

De acordo com a secretaria, já houve contato com os hospitais Sírio-Libanês, Albert Einstein, Beneficência Portuguesa, HCor, que ficam na capital, mas devem atender os pacientes da Grande São Paulo. Também há negociação com a Santa Casa de São José dos Campos, Hospital Vera Cruz, em Campinas, e WK Diagnose, em Taubaté, diz a secretaria.

Para Germann, a estrutura da rede estadual já existente será suficiente para evitar possíveis gargalos como a demora para marcar consultas após realização de exames. Só nas três regiões já contempladas, já haveria cem hospitais públicos e 60 Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs). “Temos a possibilidade atender aquele retorno a partir dos exames realizados com mais facilidade.”

Paciente com câncer tem ‘prazo de validade’, diz secretário

Durante o anúncio, Germann afirmou que exames de oncologia não foram incluídos no programa porque os pacientes com câncer teriam “prazo de validade”. Segundo o secretário, a gestão planejou inicialmente incluir procedimentos oncológicos no Corujão, mas optou por desenvolver um programa específico. Todos os tratamentos serão feitos na rede estadual.

“Tínhamos outra programação a respeito de oncologia e que nós passamos para dentro de um aspecto de regularidade devido ao espectro de ‘prazo de validade’, vamos dizer assim, do paciente”, disse. “(O paciente com câncer) não pode esperar frente à possibilidade de ele ser atendido em uma situação de maior gravidade.”

O programa para pacientes com câncer prevê mutirões para atender cerca de 2,5 mil pessoas diagnosticadas e que precisam iniciar o tratamento. Segundo a secretaria, o objetivo seria acelerar o tratamento. “Cerca de 46% dos pacientes que aguardavam atendimento estavam concentrados na Grande São Paulo, onde as ações já começam neste final de semana”, diz a pasta, em nota.

Um mutirão nos próximos sábados, 9 e 16, deve atender 500 pacientes no Centro de Referência em Saúde do Homem do Hospital de Transplantes. “O número de atendimentos representa quase o total de consultas que o hospital realiza em um ano.”

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