Brasília ? O Brasil votou ontem a favor de uma resolução apresentada nas Nações Unidas (ONU) que condenaria o assassinato de líder espiritual do Hamas, Xeque Ahmed Yassin, pelas tropas israelenses. Mesmo com 11 votos a favor, os Estados Unidos vetaram a resolução por considerarem o “texto unilateral”. Somente três países se abstiveram: Reino Unido, Alemanha e Romênia.
O embaixador dos Estados Unidos, John D. Negroponte, explicou que o veto à resolução se deu por causa “do silêncio sobre as atrocidades terroristas cometidas pelo Hamas”. Ainda segundo Negroponte, o texto apresentado pela Argélia e Líbia no Conselho de Segurança não reflete a realidade do conflito no Oriente Médio e “não vai avançar nos objetivos de paz e segurança na região”.
O Itamaraty afirmou que não vai se pronunciar oficialmente sobre o resultado da votação no Conselho da ONU. No dia do assassinato de Ahmed Yassin, porém, o ministério divulgou nota oficial condenando as ações de Israel. “O Brasil deplora as ações e reações retaliatórias dos últimos tempos, que opõem israelenses e palestinos, e exorta as partes em conflito à moderação e à retomada das negociações, para que o lamentável recrudescimento da violência não prejudique as perspectivas de paz na região”, relata o documento.
O Brasil não tem poder de veto, somente de voto. Os Estados Unidos votam historicamente contras as resoluções que prejudicam Israel. Atualmente, o principal ponto da proposta da reforma das Nações Unidas está no número de lugares permanentes do Conselho de Segurança, que poderiam democratizar as decisões finais sobre os conflitos do mundo.
