Brasil visto de fora

A globalização tem severos críticos, mas é uma realidade. Precisa ser controlada para que sejam preservados as culturas e os interesses dos mais fracos, mas é inelutável que existe e vai continuar existindo. O mundo virou, como se previa, uma aldeia global. Gira e não há como pará-lo para a gente descer. Daí a importância de estarmos atentos para a visão que os demais povos têm do Brasil e, quando corretas e traduzam críticas, busquemos melhorá-la. Melhorar para o mundo, mas principalmente para nós mesmos, os brasileiros.

O Brasil é hospitaleiro e bonito, mas nem tanto: esta é a conclusão do Índice de Marcas das Nações, em sua quarta versão. Trata-se de um trabalho desenvolvido por Simon Anholt, cientista reconhecido como uma das maiores autoridades do ramo. Ele é conselheiro de governos, incluindo o da Inglaterra, e de agências da Organização das Nações Unidas em estratégias de marca, diplomacia pública, relações culturais, promoção de investimentos e exportações, turismo e desenvolvimento econômico. Simon é editor dos jornais Place Branding e Public Diplomacy, e autor de vários livros.

A quarta edição da pesquisa Anholt foi desenvolvida no final do ano passado, contendo um estudo internacional que analisa a imagem que as populações de uma nação têm sobre outras. Nesta edição, o Brasil é visto como acolhedor e com grandes belezas naturais. Esta é, sem dúvida, a visão que nós mesmos temos do nosso País. A imagem do Brasil é arranhada quando o assunto é honestidade, responsabilidade internacional, preocupação ambiental e segurança. Nesses atributos, os países melhor qualificados são Suíça, Suécia, Canadá e Noruega.

No total, o trabalho entrevistou 25,9 mil pessoas entre 18 e 64 anos de idade, em 35 países.

O Egito fica com o primeiro lugar como país com heranças e construções culturais mais ricas. Ganha da China e da Itália. Os Estados Unidos, nesse foco, ficam em último lugar, mas ganham na contemporaneidade de suas músicas, filmes, arte e literatura, seguidos pela França, Itália e Reino Unido. O estudo é, pois, amplo, abrangendo inclusive aspectos culturais.

Em matéria de belezas naturais e hospitalidade, estamos respectivamente em 7.º e 11.º lugares, uma posição alvissareira. É apontado, ainda, como indicado para o turismo.

No que toca a atributos como educação e qualificação para o mercado de trabalho, o nosso País está entre os últimos da lista, junto com a Turquia, México, Egito e Indonésia. Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido são os países considerados mais aptos e confiáveis nesses setores.

Suiça, Suécia, Canadá e Noruega lideram em matéria de honestidade, responsabilidade internacional, segurança e preocupação ambiental. Já o Brasil despenca, nesses aspectos, não passando do 24.º lugar. Esses estudos correm pela ?web? e são acessíveis aos interessados, principalmente aos países que os encomendam para orientar-se.

Vê-se pelos resultados das pesquisas dirigidas por Simon Anholt que as opiniões do mundo a nosso respeito não diferem muito do que nós mesmos, os brasileiros, pensamos.

Evidentemente que a visão negativa que se tem lá fora, somada à semelhante que do Brasil temos aqui dentro, são fatores para eternizar o atraso. E nos colocar numa posição sempre de inferioridade na disputa por um lugar melhor neste mundo globalizado.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo