O Brasil sediará pela primeira vez um campeonato internacional de veteranos do basquete: o IV Pan-Americano de Masters, de 1º a 8 de abril, no Guarujá, com dez países e mais de 500 atletas. Será o primeiro campeonato a ter todas as faixas etárias da categoria (de 35 a 70 anos), distribuídos em sete categorias masculinas e três femininas.
Para Marcos Abdalla Leite, o Marquinhos, presidente da Federação Brasileira de Basquete Master, o Pan será uma vitrine. Ele quer resgatar ex-jogadores que estão parados. "Muitos têm vergonha de participar do movimento. Queremos mostrar que somos como os Rolling Stones: com rugas, mas com qualidade de vida", diz Marquinhos, campeão mundial com Marcel, Oscar e companhia pelo Sírio, em 1979.
Hoje, são 26 Associações Estaduais filiadas à Federação. "Não sabemos aonde podemos chegar, mas vamos tentar. O importante é o movimento crescer", explica o presidente, que defenderá a equipe master da faixa dos 50 anos.
Os jogos serão realizados em quatro ginásios do Guarujá ? são três particulares e um municipal, divididos nas praias de Pitangueiras e Pernambuco: Ginásio do Guaibê, Ginásio do Vila Souza Atlético Clube e ginásios da Faculdade Don Domênico.
O ex-jogador Luiz Cláudio Menon, 61 anos, médico endocrinologista, também participa do movimento dos veteranos e diz que "o evento será muito organizado".
No Pan, eles querem destacar a história da qual fizeram parte, no basquete. A Seleção Brasileira Masculina não se classificou para jogar as duas últimas Olimpíadas. "O momento é de indignação com a situação em que nos encontramos. As coisas só vão mudar quando tiver alguém do nosso lado que esteve na quadra, que entende de basquete", disse o também ex-jogador e técnico Edvar Simões.
O País é segundo no ranking mundial da Fimba ? Federação Internacional de Maxibasquete ?, atrás dos Estados Unidos. A diferença no quadro de medalhas em Mundiais é de apenas uma medalha: 35 contra 34. Já em Pan-Americanos, o Brasil é o líder.
As equipes com maior destaque entre os veteranos são as de 45 anos e de 55, todos de Seleções Brasileiras vencedoras. A primeira tem Israel, Gerson, Cadum……; a segunda, Urbano, Adílson, Dodi, Jóia, Carioquinha, Fausto, Mosquito.
Os ex-jogadores fazem "rachas" semanais. "A gente se prepara o ano todo, em Regionais, Brasileiros…. Sempre me cuidei", afirma Marquinhos que joga pelo menos uma vez por semana e ainda vai à academia.