Brasília – O aumento da demanda mundial por grãos exige maior produtividade no campo, o que amplia o consumo de fertilizantes. A demanda de fertilizantes projetada para 2016 é de 30,6 milhões de toneladas. O Brasil importará cerca de 21,3 milhões de toneladas. Esses números fazem parte do estudo realizado pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Na opinião do assessor da AGE, Ali Saab, ?se não houver incremento na capacidade nacional de produção, 70% da demanda interna de fertilizantes será mantida com importações?. Os preços das matérias-primas básicas para a produção de fertilizantes, como uréia, sulfato de amônia, cloreto de potássio e superfosfato simples, crescentes desde 2003, dispararam no ano passado. De acordo com o estudo, os reajustes nos preços de importação de cloreto de potássio e de sulfato de amônia foram de 80% no ano passado e os valores dos superfosfatos simples chegaram a 95%.
Os países que fornecem rocha fosfática, uma das matérias-primas dos adubos, são Marrocos, Israel e Argélia. Já o ácido fosfórico (produto intermediário) são fornecidos pela Rússia, Marrocos, Estados Unidos, Israel e Tunísia. Entre os principais exportadores de potássio para o Brasil estão o Canadá, Rússia, Alemanha, Bielorússia e Israel.
Outra conclusão da pesquisa foi quanto aos preços dos fertilizantes que, também, sofrerão os impactos nos aumentos futuros do petróleo, bem como o impacto do aumento da demanda internacional. ?Esses aumentos incidirão tanto nas matérias-primas como nos custos do transporte marítimo e rodoviário?, alertou Saab. Ele prevê que o impacto será negativo no saldo da balança comercial, que as despesas com importação desses insumos e de matérias-primas serão da ordem de US$ 8 bilhões, em 2016.
O Brasil consumiu cerca de 24,5 milhões de toneladas de fertilizantes em 2007, porém a produção nacional foi de apenas 9 milhões de toneladas. Além disso, o país produz apenas 10% do potássio que consome e Sergipe é o único estado produtor deste mineral. O fosfato é um mineral abundante no Brasil, mas há mais de 10 anos não são concedidas licenças de lavra para a exploração do mineral.
Soja, milho, cana-de-açúcar e café são as culturas que mais utilizam fertilizantes no Brasil. Entre os estados, Mato Grosso é o maior consumidor de fertilizantes, com cerca de 16,5% da demanda nacional, seguido de São Paulo (15,6%), Paraná (14,1%), Minas Gerais (12,3%), Rio Grande do Sul (11,3%), Goiás (9,0%) e Bahia (6,3%), segundo dados das indústrias do setor de fertilizantes.
