O governo brasileiro vai apoiar a adesão plena da Bolívia ao Mercosul, com ?facilidades temporárias?, no encontro dos presidentes dos cinco países do bloco que ocorrerá na sexta-feira, no Rio de Janeiro. Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deu um discreto sinal verde para essa posição. À imprensa, afirmou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva tem o objetivo estratégico de promover a estabilidade econômica e política no país vizinho e, para alcançá-lo, não se move por interesses ?economicistas?.
De acordo com Amorim, o pedido enviado pelo presidente boliviano Evo Morales será acolhido pelo Mercosul, que deverá criar um grupo de trabalho para avaliar o processo de adesão. A solicitação, entretanto, traz como exigência ao Mercosul um tratamento diferenciado, que permitiria à Bolívia esquivar-se do cumprir a Tarifa Externa Comum (TEC), o pilar da união aduaneira. Essa questão deverá abrir uma polêmica entre as delegações do Paraguai e Uruguai – sócios que tiveram negados os seus pedidos de tratamento similar – e na do Chile, que jamais pôde aderir plenamente ao bloco pela sua impossibilidade de adotar a TEC.
?Não creio que a Bolívia queira refugar a TEC?, afirmou Amorim, que indicou a possibilidade de o Mercosul oferecer exceções temporárias aos setores da Bolívia que necessitem de maior ou menor proteção comercial.
Amorim enfatizou, entretanto, que a possível adesão facilitada da Bolívia ao Mercosul não deve ser confundida com o ?imbróglio? do Uruguai, que alimenta expectativas de assinar um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos. No fim do mês, o país vizinho assina o Tratado de Promoção de Investimentos e Comércio com os Estados Unidos, que poderá ser o embrião do TLC. Segundo o chanceler, uma exceção para a Bolívia manter tarifas diferentes daquelas previstas na TEC ?é algo contemplável?. ?Se os países resolverem mudar completamente o Mercosul será um equívoco.
Amorim acredita que a adesão plena da Venezuela, oficializada em agosto passado, não trará prejuízos para a agenda de negociações comerciais do Mercosul com outros países e blocos. Nem mesmo para a remota possibilidade de o bloco vir a negociar com os Estados Unidos.
?É muito bom ganhar o mercado dos Estados Unidos e da Europa. Mas o Mercosul não foi feito com esse objetivo. Seu objetivo sempre foi o de fortalecer a própria integração.
Para o chanceler, as mudanças na estrutura do governo venezuelano, anunciadas na semana passada pelo presidente Hugo Chávez, poderão ajudar o processo de integração. Entre elas, a que confere um papel maior à chancelaria venezuelana nas negociações dos processos de integração – o Mercosul e a Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa)O governo brasileiro vai apoiar a adesão plena da Bolívia ao Mercosul, com ?facilidades temporárias?, no encontro dos presidentes dos cinco países do bloco que ocorrerá na sexta-feira, no Rio de Janeiro. Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deu um discreto sinal verde para essa posição. À imprensa, afirmou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva tem o objetivo estratégico de promover a estabilidade econômica e. política no país vizinho e, para alcançá-lo, não se move por interesses ?economicistas?.
De acordo com Amorim, o pedido enviado pelo presidente boliviano Evo Morales será acolhido pelo Mercosul, que deverá criar um grupo de trabalho para avaliar o processo de adesão. A solicitação, entretanto, traz como exigência ao Mercosul um tratamento diferenciado, que permitiria à Bolívia esquivar-se do cumprir a Tarifa Externa Comum (TEC), o pilar da união aduaneira. Essa questão deverá abrir uma polêmica entre as delegações do Paraguai e Uruguai – sócios que tiveram negados os seus pedidos de tratamento similar – e na do Chile, que jamais pôde aderir plenamente ao bloco pela sua impossibilidade de adotar a TEC.
?Não creio que a Bolívia queira refugar a TEC?, afirmou Amorim, que indicou a possibilidade de o Mercosul oferecer exceções temporárias aos setores da Bolívia que necessitem de maior ou menor proteção comercial.
Amorim enfatizou, entretanto, que a possível adesão facilitada da Bolívia ao Mercosul não deve ser confundida com o ?imbróglio? do Uruguai, que alimenta expectativas de assinar um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos. No fim do mês, o país vizinho assina o Tratado de Promoção de Investimentos e Comércio com os Estados Unidos, que poderá ser o embrião do TLC. Segundo o chanceler, uma exceção para a Bolívia manter tarifas diferentes daquelas previstas na TEC ?é algo contemplável?. ?Se os países resolverem mudar completamente o Mercosul será um equívoco.
Amorim acredita que a adesão plena da Venezuela, oficializada em agosto passado, não trará prejuízos para a agenda de negociações comerciais do Mercosul com outros países e blocos. Nem mesmo para a remota possibilidade de o bloco vir a negociar com os Estados Unidos.
?É muito bom ganhar o mercado dos Estados Unidos e da Europa. Mas o Mercosul não foi feito com esse objetivo. Seu objetivo sempre foi o de fortalecer a própria integração.
Para o chanceler, as mudanças na estrutura do governo venezuelano, anunciadas na semana passada pelo presidente Hugo Chávez, poderão ajudar o processo de integração. Entre elas, a que confere um papel maior à chancelaria venezuelana nas negociações dos processos de integração – o Mercosul e a Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa).