O Brasil registrou déficit de US$ 2,147 bilhões nos primeiros cinco meses do ano na balança comercial do petróleo, incluindo óleo bruto, derivados e gás natural. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e mostram que, para o País alcançar a auto-suficiência no segmento conforme tem anunciado a Petrobras, a produção interna terá de registrar forte aumento nos próximos meses. No acumulado em cinco meses, as exportações somaram US$ 3,674 bilhões para importações de US$ 5,822 bilhões.

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No mês de maio, isoladamente, o déficit comercial do setor somou US$ 712 milhões, o mais elevado do ano. Para um volume total de importações de US$ 1,284 bilhão, o País exportou US$ 571,93 milhões.

O aumento no déficit resultou principalmente da alta das cotações do produto no mercado internacional. Pelos dados da ANP o Brasil pagou cerca de US$ 71,70 por barril de petróleo em maio, com aumento de 32% em relação ao registrado em maio de 2005.

Além da alta nas cotações do óleo bruto, o País está gastando mais na compra do gás natural boliviano. Em cinco meses, o Brasil já importou o equivalente a US$ 585 milhões do país vizinho, sendo US$ 124,3 milhões apenas no mês de maio, com aumento de 67% em relação ao registrado em maio de 2005.

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O incremento resulta basicamente do efeito dos preços, já que o volume importado subiu apenas 8% em maio deste ano sobre maio do ano passado. O governo boliviano anunciou a nacionalização das reservas daquele país no dia 1º de maio e está pleiteando novos aumentos para o energético.

Além do gás natural, as compras de óleo bruto também pesaram na balança comercial do setor, ainda conforme os dados da ANP. Segundo a agência, em cinco meses as exportações de petróleo bruto somaram US$ 2,088 bilhões para importações de US$ 3,603 bilhões, gerando um déficit de US$ 1,515 bilhões. Esse déficit ficou cerca de US$ 353 milhões abaixo do observado nos cinco primeiros meses de 2005, com queda de 19%.

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Apenas no caso dos derivados de petróleo há um virtual equilíbrio no setor, já que o País conta com a produção de álcool, que libera volume expressivo de gasolina para exportação. Nesse caso, há um balanceamento entre as exportações e as importações. Nos cinco primeiros meses do ano, as exportações de derivados somaram US$ 1,585 bilhão ante importações de US$ 1,633 bilhão, gerando déficit de US$ 47,659 milhões. Nos cinco primeiros de 2005, o segmento havia contabilizado déficit de US$ 248 milhões.

Junho

A produção média de óleo e Liquefeito de Gás Natural (LGN) da Petrobras no Brasil em junho foi de 1,681 milhão de barris por dia em junho, uma redução de 6,2% em relação aos 1,792 milhão de barris/dia registrados em maio.

Segundo a companhia, a queda deve-se à parada de manutenção programada de diversas plataformas no período: P-26 (Marlim), P-40 (Marlim Sul), FPSO-Brasil (Roncador) P-27 (Voador), P-25 (Albacora), P-31 (Albacora) e P-50 (Albacora Leste).

A produção total, incluindo as atividades da Petrobras no exterior, também caiu, para 1,823 milhão de barris/dia, ante 1 933 milhão em maio.

A produção média de gás natural no Brasil em junho, excluindo o volume liquefeito, foi de 44,5 milhões de metros cúbicos/dia, 2 2% abaixo dos 45,5 milhões apurados em maio. Segundo a empresa, a redução foi decorrente de flutuações de demanda. A produção total, incluindo as atividades no exterior, foi de 61,788 milhões de metros cúbicos, contra 62,453 milhões em maio.