Brasília ? Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o Brasil terá condições nos próximos quatro anos de eliminar o trabalho infantil do país. "Tenho certeza que nos próximos quatro anos, nós podemos tranqüilamente estabelecer e dizer, que o Brasil terá condições de erradicar essa vergonha nacional ainda existente no nosso país", afirmou o ministro na divulgação, no Palácio do Planalto, do relatório global da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o combate ao trabalho infantil.
A OIT constatou que o número de trabalhadores infantis caiu de 246 para 218 milhões em todo o mundo, no período de 2000 a 2004. O relatório aponta o Brasil como exemplo a ser seguido por outros países. Segundo o documento, o índice de ocupação de crianças de cinco a nove anos de idade caiu 61% entre 1992 e 2004. Na faixa etária de 10 a 17 anos de idade, a queda foi de 36%.
Marinho citou as políticas do governo na área de educação e a geração de 3,672 milhões de empregos com carteira assinada. De acordo com o ministro, até o final do mandato, serão gerados até 8,5 milhões de empregos formais e informais. O senador Renan Calheiros, presidente interino da República, também participou da cerimônia, afirmou que a erradicação do trabalho infantil "é a condição fundamental para a transformação da sociedade".
Calheiros destacou o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o crescimento da economia, do salário e das políticas sociais como formas de retirar as crianças, adolescentes e suas famílias da pobreza. "Sem os riscos da fome e da miséria, e com opções de renda, os pais podem dar aos seus filhos aquilo que um dia lhes faltou: o acesso a uma educação de qualidade", disse.
A ministra em exercício do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, ressaltou não ser possível o mundo desenvolver sem levar cidadania aos jovens. "É inadmissível pensarmos no rumo da humanidade sem garantirmos que as nossas crianças e adolescentes estejam absolutamente inseridas no processo de cidadania, justiça e solidariedade social".