Antonio Scorza/AFP

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A seleção brasileira tem no domingo contra a Costa do Marfim seu “dia D” para mostrar seu melhor futebol e se lançar como favorito à conquista da Copa do Mundo, após deixar para trás a ansiedade da estreia, quando superou sem brilho a Coreia do Norte por 2 a 1.

A vitória sobre os asiáticos, na terça-feira pelo Grupo G, deu à seleção a liderança da chave, após o empate entre Portugal e Costa do Marfim (0 a 0), mas não convenceu os torcedores e a imprensa, que esperavam um futebol melhor, principalmente para um time que luta para conquistar o sexto título mundial.

Após a partida, o técnico Dunga declarou que “a estreia é uma das partidas mais difíceis, há ansiedade, nervosismo, depois de passar por um período longo de treinos, então valeu iniciar ganhando…”.

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“Estou satisfeito com a vitória, foi nossa primeira partida e era natural que os jogadores entrassem em campo com mais ansiedade”, ressaltou.

Entretanto, agora os jogadores não terão essa desculpa e precisam jogar por uma vitória no estádio Soccer City para conquistar antecipadamente a passagem às oitavas de final. Para isso, deverão superar uma equipe africana muito competente, liderada pelo atacante Didier Drogba.

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Todos esperam uma vitória baseada em um jogo convincente, mostrando mais que o exposto na estreia, principalmente o astro Kaká, que correu pelo campo sem conseguir se destacar e acabou substituído no segundo tempo.

Precisamente, os olhos dos torcedores estão centrados no volante do Real Madrid, que vem de uma temporada difícil na liga espanhola e se recuperou há pouco tempo de uma lesão muscular.

Sua atuação nos últimos amistosos, contra o Zimbábue (3 a 0) e Tanzânia (5 a 1), não foi boa, ainda que tenha justificado estar em recuperação.

O jogador não deu mostras de sua capacidade e isso obrigou o Brasil a apelar para outros “salvadores”, como o lateral Maicon (autor do primeiro gol) e o atacante Robinho, que assumiu em boa forma a função durante sua ausência.

A imprensa brasileira questionou o trabalho da defesa brasileira, considerada uma das melhores do mundo e comandada pelo capitão Lúcio e pelo goleiro Julio César (ambos do Inter de Milão), ante uma equipe fraca, abrindo inclusive espaço para um gol.

Mas os jogadores e o técnico Dunga utilizaram o mesmo discurso, afirmando que a Coreia do Norte jogou completamente fechada na defesa, realizando esporadicamente contra-ataques à espera de erros da seleção.

Em sua segunda partida isso não será justificável, já que os africanos têm outro poderio.

“O time da Costa do Marfim tem muita força física e a maioria de seus jogadores atua na Europa, sabe jogar bem. Acredito que será nossa partida mais difícil, pela forma com que atuam”, afirmou o meio-campo Julio Batista.

Os antecedentes do Brasil no continente ante equipes africanas são positivos: conquistou 13 vitórias em 13 jogos e venceu a Copa das Confederações em 2009.

Assim, no domingo tudo parece indicar que o Brasil tem chances de se redimir ante os torcedores e a imprensa, exibindo um nível de futebol esperado para o pentacampeão mundial, ainda que o time de Dunga há tempos tenha trocado o “futebol arte” pela luta coletiva e colocado o resultado como prioridade.