Brasil se torna mundialmente competitivo em tratores e colheitadeiras

O Brasil modernizou seu parque de produção de máquinas agrícolas e tornou-se um exportador competitivo em 2004. A ampliação de novos mercados nos últimos anos, o câmbio favorável, o crescimento da produção agrícola na América Latina e programas de governos de países compradores de renovação de suas frotas contribuíram para um forte crescimento da exportação brasileira de tratores e colheitadeiras. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam aumento de 90,4% na venda de tratores ao exterior em 2004, superando o desempenho com a comercialização de aviões (68,6%), um dos principais produtos da pauta de exportação industrial.

O ritmo crescente de vendas neste segmento pode ser identificado na pesquisa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O levantamento aponta crescimento de 42% nas exportações de tratores no ano passado, com a venda de 23.500 unidades. O mesmo desempenho foi verificado no setor das colheitadeiras, com alta de 40%. No período, foram comercializados 4.200 veículos desse tipo. O volume financeiro, somando os dois setores, contabilizou U$ 1,7 bilhão em 2004, representando alta de 80% em relação ao ano anterior.

Segundo os executivos da área, o crescimento das exportações foi impulsionado primeiro pela valorização mundial de commodities, como a soja, que gerou o aumento das plantações e da venda de máquinas no Brasil. Esse crescimento do mercado interno levou os fabricantes de tratores e colheitadeiras a investir na produção e modernização, o que aumentou a competitividade das máquinas brasileiras. Em 2004, as vendas externas refletem ainda a expansão agrícola mundial.

Responsável pelo embarque de 53% dos tratores com destino ao mercado internacional, a empresa Massey Ferguson exportou mais 32,4%, com a venda de 12.476 veículos, 57% de sua produção. Os principais mercados da empresa são os Estados Unidos e a América Latina. Fábio Piltcher, diretor de Marketing da AGCO, destacou o programa de renovação de frota do governo da Venezuela como um dos fatores que puxou suas exportações de colheitadeiras. Também disse que a empresa aposta na Rússia como mercado promissor, porque o país é grande produtor agrícola e possui uma frota de veículos sucateada. Para 2005, a empresa acredita na repetição do desempenho ou até mesmo em uma queda das exportações, em razão da alta dos preços do aço, principal matéria-prima do setor, e da valorização cambial do real.

Para Francesco Pallaro, diretor comercial da CNH, representante das marcas New Holland e Case IH, a tendência é de continuidade num bom ritmo das vendas para a América Latina. "Fora desses nossos maiores mercados, acredito que vamos ter crescimento na Malásia, Tailândia, Moçambique e Quênia. Já fizemos muito trabalho nesses mercados e vamos colher nos próximos seis meses um volume de exportação", afirmou. Integrante do grupo dos principais exportadores de veículos agrícolas, a New Holland exportou 4.468 tratores (crescimento de 58,1%) e 1.069 colheitadeiras (+35,%).

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