Brasil recebe menos investimentos estrangeiros diretos

O Brasil está recebendo menos investimentos estrangeiros diretos novos e perdendo aqueles que já haviam ingressado, segundo dados do Banco Central. De janeiro a julho deste ano, o volume de investimentos estrangeiros que saíram do País superou em US$ 4,6 bilhões os recursos que ingressaram. O valor é 57,7% maior do que o volume que saiu do Brasil nos sete primeiros meses de 2005 que totalizou US$ 2,9 bilhões

O movimento de elevação na saída de capital estrangeiro do Brasil, o chamado desinvestimento, fica ainda mais evidente no resultado bruto (que considera só as saídas, sem descontar os ingressos) acumulado nos 12 meses encerrados em julho: foram US$ 8,7 bilhões, mais do que o dobro dos US$ 3,9 bilhões que eram contabilizados nos 12 meses terminados em julho de 2005. O valor é o maior da série histórica do Banco Central, iniciada em 1995

Segundo uma fonte do governo, o comportamento dessa conta não significa que fábricas e empresas estão sendo fechadas no Brasil mas sim que está havendo um movimento forte de mudança de controle societário de empresas de capital estrangeiro. Boa parte desse movimento se deve a uma "nacionalização" de empresas já que os estrangeiros estão vendendo participações societárias para brasileiros

É o caso, por exemplo, da compra da American Express no Brasil pelo banco Bradesco, o maior conglomerado financeiro privado do País, e também da venda de ativos da americana El Paso para a estatal brasileira Petrobras. Uma das conseqüências práticas é que, no futuro, essa nacionalização pode diminuir o volume de remessas de lucros e dividendos para o exterior, retirando um foco de pressão sobre as contas externas

A outra parte desse fluxo de saída, na verdade, reflete apenas uma troca de controle externo das companhias. Nesse caso, contudo, a saída de capital é anulada pelo ingresso de novos recursos. É a situação, por exemplo, de uma editora brasileira que tinha participação de fundos de investimentos americanos e que passou a contar com sócios sul-africanos. Esse movimento tem ocorrido com elevada freqüência no setor imobiliário

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