O ministro de Energia da Bolívia, Carlos Villegas, disse que o governo brasileiro pediu para ingressar na chamada "Opep do gás", formada atualmente apenas por Venezuela, Bolívia e Argentina. O pedido, segundo Villegas, foi apresentado ontem à noite pelo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Opep é a sigla da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
Villegas explicou à rede de televisão oficial venezuelana que a "Opep do gás" unirá países produtores e exportadores e será um organismo que poderá permitir a regulação do mercado do gás, considerado ainda imaturo, em comparação com o do petróleo. "Temos de regular os preços, a produção, o intercâmbio de experiências para melhorar os níveis produtivos e de transporte e também de industrializar o gás", disse o ministro de Energia da Bolívia. Em seguida, falando a repórteres de meios de comunicação privados, Villegas afirmou que não há intenção desses países de "cartelizar" o mercado do gás.
Villegas se declarou satisfeito com o recente acordo de preços fechado entre Brasil e Bolívia para o gás que é exportado para o mercado brasileiro. O ministro informou que o preço médio do gás exportado para o Brasil, agora, é de cerca de US$ 4,30 por milhão de BTU (unidade térmica britânica, que mede o poder calorífico do combustível). "Estamos satisfeitos, porque este preço corresponde ao comportamento (do produto) no mercado internacional. O acordo, firmado pelos presidentes Evo Morales, da Bolívia, e Luiz Inácio Lula da Silva, prevê que os diferentes componentes do gás transportado da Bolívia para o Brasil tenham preços diferenciados, de acordo com o seu poder calorífico.
