Para voltar a ter um crescimento econômico acelerado, o Brasil precisará de uma "reindustrialização", o que significa resgatar a indústria como indutora do crescimento. A conclusão é do estudo "Ocorreu uma Desindustrialização no Brasil?", elaborado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Segundo a pesquisa, divulgada hoje, o Brasil não tem acompanhado a evolução da indústria e dos serviços industriais modernos, típica dos países emergentes de maior dinamismo. Isso configura uma situação de desindustrialização relativa.
Entre 1990 e 2003, a média anual de crescimento do produto da indústria de transformação do Brasil ficou entre 1,6% e 2%, "apenas uma fração do avanço" da China (11,7%), Coréia do Sul (7,4%) e Índia (6,5%). Na Argentina, que passou por uma grave crise econômica, o crescimento foi de 0,7% no período. No Chile, foi de 3,6% na mesma base de comparação.
De acordo com o estudo do Iedi, no Brasil e na América Latina, a renúncia ao papel de motor da economia, que a indústria exerceu até os anos 1970, pode ser entendida como uma forma de desindustrialização precoce, porque, "ao se abrir mão da dinâmica industrial, abandonou-se também a possibilidade de um crescimento industrial mais rápido".
O estudo admite, no entanto, que o País ainda não passou por uma desindustrialização, que signifique "perda irreparável" na estrutura industrial e na capacidade dinâmica brasileira. Na avaliação do Iedi, a ampliação da distância que separa o Brasil dos países mais agressivos na corrida da industrialização será "fatal e definitiva, caso o Brasil não reoriente sua estratégia econômica".
