Brasil pode voltar a investir na Bolívia, diz Garcia

Caso seja reeleito para mais quatro anos de mandato, o governo Luiz Inácio Lula da Silva está disposto a promover novos investimentos na Bolívia se a administração Evo Morales mantiver um "quadro estável e de respeito a marcos regulatórios e contratos", com um ambiente favorável aos negócios. A informação partiu nesta quarta-feira (27) do coordenador da campanha de reeleição de Lula, Marco Aurélio Garcia, ao participar do seminário "Inserindo o Brasil no Mundo", realizado pela Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP), na capital paulista.

"Os bolivianos sabem que eles dependem mais do nosso mercado do que nós dependemos do gás deles", argumentou.

A visão da administração Lula, explicou o coordenador, é que a Bolívia é um "país-chave" no continente, por conta de sua localização geográfica, e que ingressou num período de estabilidade política após a eleição de Evo Morales.

"Nesses quase quatro anos de mandato, conheci quatro presidentes da Bolívia, e isso dá uma idéia da instabilidade daquele país. A eleição de Evo estabelece um pouco de estabilidade e ele é um presidente com a cara do país", argumentou. "Um dos ex-presidentes falava mal o espanhol, tanto era o sotaque inglês dele", acrescentou Garcia, licenciado do cargo de assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República.

Em defesa de Morales, o coordenador de Lula salientou que a nacionalização das reservas petrolíferas daquele país foi aprovada em plebiscito, com apoio de mais de 80% da população. "Era uma bandeira de todos os candidatos a presidente", salientou.

Garcia reiterou que o governo brasileiro respeita a decisão boliviana de nacionalização das reservas, mas ressalvou que o País exigirá ressarcimento de eventuais perdas financeiras sofridas por companhias brasileiras, sobretudo pela Petrobras. "Não abriremos mão das prerrogativas, das indenizações e dos ressarcimentos aos investimentos feitos", enfatizou.

Por outro lado, reiterou que, caso o ambiente de negócios seja favorável naquele país, o governo Lula tem interesse em que os bolivianos agreguem valor aos produtos exportados para que o país evolua economicamente e amplie a corrente de comércio com o Brasil. Ele lembrou que a Bolívia já foi exportadora de prata, zinco, cobre e, mais recentemente, de gás natural, e não soube gerar riqueza para a população. "Estamos dispostos a garantir valor agregado para eles", insistiu.

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