Os países da América Central têm interesse em importar do Brasil a tecnologia para produção de etanol e automóveis multicombustíveis ? que aceitam mais de um tipo de combustível.
"Recebemos vários pedidos para que avançássemos numa cooperação na área do álcool combustível", revela o diretor do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty, Mário Vilalva. Protocolos de cooperação técnica neste sentido devem ser assinados, nesta segunda-feira, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Guatemala.
"América Central e Caribe são produtores de açúcar, já não agüentam o alto preço do petróleo e necessitam fazer determinadas conversões na sua estrutura produtiva e energética de modo a utilizar o etanol com competitividade, como o Brasil vem fazendo", analisa o embaixador.
Segundo Vilalva, o Brasil vai transferir tecnologia para a produção de etanol, o que pode resultar na exportação de usinas e do próprio combustível. "Até que possam converter a produção deles de açúcar para etanol, vão precisar de quantidades maiores de combustível e já pediram isso ao Brasil".
Paralelamente, há interesse na compra de automóveis multicombustíveis ? também chamados de flex fuel. O embaixador informa há demanda de importação imediata por parte de países que já estão lançando seus programas oficiais de etanol combustível. "Um exemplo é de Honduras, que nos tem contactado com muita freqüência e muita insistência querendo já importar automóveis multicombustíveis para a região", revela.
O diretor do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty explica que a exportação de carros dispensa acordo específico pois a América Central não conta com indústria automotiva. A comercialização, nestes casos, é feita por contratos de compra caso a caso. Depende, apenas, de negociação tarifária.
"Hoje, cada país da América Central aplica uma tarifação sobre importação de automóveis. Se eles têm interesse em importar carros multicombustíveis e só o Brasil está produzindo, eles têm que baixar para tarifa 0 para que estes automóveis possam entrar imediatamente e eles possam acelerar a implementação de seus programas de álcool combustível", afirma Mário Vilalva.