O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, assegurou nesta quarta-feira (7) a empresários japoneses que é perfeitamente possível estabelecer critérios para estabilidade dos preços para exportação de álcoolpara Japão. A vulnerabilidade dos preços do produto brasileiro é uma dasprincipais preocupações dos japoneses para uma importação mais elevada e iniciaro processo de mistura do álcool gasolina no país.
De acordo com o ministro, a lei japonesa que autoriza a adição de 3% de álcool gasolina foi aprovada há três anos e, desde então, o Brasil vem buscando assegurar que pode suprir a demanda e garantir preços.
Na hipótese de que o Japão passe a utilizar esses 3%, significa uma demanda de 1,8 bilhão de litros de álcool adicional no mercado mundial. Como no mercado mundial o Brasil é o único grande fornecedor, porque os Estados Unidos são grandes produtores, mas consomem e ainda importam, é claro que isso representa algo muito importante para o Brasil, explicou Guedes.
O líder da comitiva de 52 executivos de empresas japonesas que esteve hoje em Brasília com o ministro, presidente da Mitsui & Co e do Comitê Econômico Brasil/Japão, Shoei Utsuda, afirmou estar tranqüilo quanto ao potencial brasileiro para o fornecimento de álcool ao mercado japonês.
Com a explicação do ministro, estamos convencidos de quenão há nenhum fator de indefinição quanto a um eventual fornecimento de etanolpara o Japão. Uma vez garantida a estabilidade dos preços, resta saber seexiste uma logística confiável, como estradas de ferro, de rodagem, transportemarítimo, para fazer com que o etanol chegue são e salvo ao Japão na mão doconsumidor. Havendo essa garantia, não há mais problemas, disse.
Diante da preocupação japonesa em relação questãoambiental devido ao crescimento da plantação de cana, Guedes explicou que oBrasil não precisará derrubar nenhuma árvore para até triplicar a produção deálcool. O Brasil não tem esse problema de competir alimentos versus energia.Temos condições de aumentar a produção de alimentos e ampliar,significativamente, a produção de energia enfatizou Guedes.
Destaquei o fato de que o Brasil, em termos relativos, é aregião do mundo que mais conservou biomas, 85% da floresta amazônica ainda éoriginal, 88% do pantanal ainda é original, 61% dos cerrados ainda são áreasoriginais. Isso não justifica que possamos diminuir essas aéreas, ao contrário,queremos preserva-las. O que procurei demonstrar é que as áreas já incorporadasao processo produtivo no Brasil, através da tecnologia existente, nos permitem,de forma sustentável, ampliar nossa produção de alimento e energiaagrícola,afirmouGuedes.
Na próxima sexta-feira (9), Guedes, acompanhado porempresários brasileiros, vai ao Japão para participar da Foodex, maior feira dealimentos e bebidas da Ásia. Na ocasião, o ministro irá reforçar o potencialbrasileiro para exportação de álcool combustível e também tentar abrir omercado japonês s importações de carne bovina do Brasil. Mesmo sendo o maiorcomprador mundial de carne de aves brasileiras, o Japão não importa carnebovina devido a rígidas exigências sanitárias.
