Brasília – O aumento no preço do gás boliviano que o Brasil importa não foi o único assunto discutido pelos dois governos no campo energético. Autoridades dos dois países mencionaram a possibilidade de produzir biodiesel na Bolívia com tecnologia brasileira. Segundo o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, já está em andamento um plano de trabalho para construção de uma usina.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tocou no assunto de manhã, em encontro com o colega Evo Morales, que visitou Brasília ontem (14) e hoje. O boliviano disse que seu governo já debate a possibilidade com técnicos do país.
Lula destacou que a usina poderá gerar postos de trabalho no país vizinho. ?O biodiesel pode significar oportunidade extraordinária de gerar emprego para a gente do campo na Bolívia. O biocombustível é a possibilidade dos países mais pobres conquistarem soberania, porque não é preciso ajuda dos países ricos?. A Bolívia é a nação mais pobre da América do Sul.
Silas Rondeau afirmou que é possível viabilizar uma usina, de preferência em uma região produtora de soja. ?Eles [bolivianos] se mostraram muito interessados e é um empreendimento absolutamente viável?.
O ministro também disse que a Petrobras, junto com uma empresa parceira, deve implantar e operar essa usina, com investimento de US$ 50 milhões. Este valor é metade do que o aumento no preço do gás natural deve custar aos cofres da Petrobras, segundo estimativa do governo boliviano.
Rondeau também mencionou a possibilidade de ser construído um pólo petroquímico na Bolívia. A proposta foi apresentada pela empresa privada Braskem ontem ao governo boliviano. ?Marcamos uma reunião na Bolívia na primeira quinzena depois do carnaval, com técnicos da Braskem e do Ministério de Minas e Energia, para detalhar o projeto aos técnicos bolivianos?.