De acordo com a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking da aviação executiva – de transporte de passageiros em aviões de pequeno porte, em rotas não regulares -, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá. A restrição da Aeronáutica, que ontem decidiu criar uma espécie de rodízio para aviões de pequeno porte e jatos executivos, deve atingir 6.038 jatos e aeronaves que compõem o serviço aéreo privado do País (56,7% da frota nacional). Poupada pelo rodízio, a aviação comercial, ou regular, emprega 413 aeronaves (3,7%).
Na tentativa de reduzir os transtornos causados pela operação-padrão dos controladores de vôo de Brasília, essas aeronaves ficam, em princípio, impedidas de decolar, pousar ou sobrevoar o espaço aéreo entre Brasília, Cuiabá, São Paulo, Rio e Belo Horizonte nos horários de pico – entre as 7h30 e o meio-dia e das 17 às 20 horas.
A Abag informou que o setor de aviação executiva cresce 5% por ano e movimenta cerca de US$ 300 milhões."Em um país com dimensões continentais como o nosso, restringir a aviação executiva é um erro", afirmou o presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (Appa), George Sucupira.
Conforme a Abag, só 110 dos 5.563 municípios brasileiros são atendidos por vôos comerciais. As opções para a população das outras 5.453 cidades são deslocar-se para o aeroporto mais próximo, ou, para quem tem dinheiro, comprar um avião particular ou alugar um táxi aéreo. Mas a principal vantagem da aviação privada – a flexibilidade de horário – é a maior vítima do rodízio. "Se isso não se resolver, vai ter empresa de táxi aéreo que vai fechar", afirmou Sucupira.