O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, afirmou a imprensa que com a publicação do Inventário Brasileiro de Emissões de Gases do Efeito Estufa na 10ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro realizada em Buenos Aires "o governo demonstra o seu engajamento nos esforços mundiais para o combate ao aquecimento global", de acordo com as regras fixadas pela Convenção da ONU sobre Mudanças de Clima e pelo Protocolo de Kyoto.
O estudo revela que o país tem emissões líquidas anuais de cerca de 1 bilhão de toneladas de gás carbônico (CO2), 11 milhões de toneladas de metano e 500 mil toneladas de óxido nitroso, os principais gases causadores do efeito estufa. "Essas cifras indicam que o país é responsável por cerca de 3% das emissões mundiais", afirmou Campos. Um dos principais fatores que colocam o Brasil como o sexto maior poluidor do mundo são as queimadas na Amazônia e em outras áreas florestais, responsáveis atualmente por três quartos das emissões brasileiras de gases que provocam o efeito-estufa.
O documento é a primeira admissão oficial feita pelo Brasil sobre as queimadas em grande escala na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, que abriga até 30 por cento das espécies de plantas e animais do planeta. Um levantamento de todas as emissões de gases que provocam o efeito-estufa do País mostrou que o Brasil produziu em 1994 1,03 bilhão de toneladas de dióxido de carbono. Questionada sobre o fato, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o Brasil não está fugindo às suas responsabilidades e que possui metas internas de proteção ambiental.
Este relatório é um importante passo no que se refere à responsabilidade ambiental de nosso país, mas também é um forte a argumento para países como Estados Unidos e China, os primeiros da lista dos maiores poluidores do mundo, e para outros países industrializados quererem mais uma vez dividir suas responsabilidades de diminuição na emissão de gases com os países em desenvolvimento.
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